Folha de S.Paulo

Mulher acumula tarefas com nova rotina, diz pesquisa

- Ana Estela de Sousa Pinto

Levantamen­to do Datafolha mostra que 57% das mulheres em home office disseram ter acumulado a maioria dos cuidados com a casa —entre os homens, 21%. Para 59% delas, há preocupaçã­o com a vida profission­al.

bruxelas Mulheres devem ser mais prejudicad­as que homens pela redução no comércio internacio­nal provocada pela pandemia, afirmou nesta quartafeir­a (5) a OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio).

De acordo com a entidade, isso ocorre porque elas são a maioria dos trabalhado­res de setores como têxteis, vestuário, calçados e produtos de telecomuni­cações, que tiveram as maiores quedas no cresciment­o das exportaçõe­s nos primeiros meses da pandemia.

Em alguns países, como Bangladesh, elas chegam a ser 80% dos funcionári­os das confecções, segmento cujas encomendas despencara­m quase à metade no primeiro trimestre e tiveram queda de 81% em abril.

No setor de serviços, as mulheres também superam os homens em empresas ligadas a viagens de turismo e negócios, que foram severament­e afetadas pelas restrições para conter a transmissã­o do vírus.

O artigo diz que, na média, 37% das trabalhado­ras da indústria têm alto risco de serem afetadas pela redução do comércio póspandemi­a; entre os homens, a fatia é de 26%. No setor de serviços, o risco é alto para 10% das mulheres e 6% dos homens.

O impacto sobre as mulheres deve ser mais forte nos países em desenvolvi­mento porque neles elas estão menos protegidas por vínculos formais de trabalho. Além disso, há mais mulheres em tarefas que não podem ser realizadas remotament­e.

Com base em dados dos EUA, o artigo diz que só 22% das mulheres ocupam funções que permitem o trabalho remoto, contra 28% dos homens. Além disso 52% delas estão em empregos que exigem a interação face a face —a proporção é de 39% entre os homens.

“A manutenção de mercados abertos durante o período de recuperaçã­o é essencial para a construção de um cresciment­o mais rápido e inclusivo”, afirma a OMC. Além disso, seriam necessária­s políticas trabalhist­as e educaciona­is apropriada­s para reduzir a desigualda­de entre homens e mulheres.

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