Folha de S.Paulo

Entenda as suspeitas sobre Flávio Bolsonaro e Queiroz

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Como começou a

investigaç­ão? A origem foi a Operação Furna da Onça, da Lava Jato do RJ, que apurava o pagamento de propina pelo ex-governador Sérgio Cabral a deputados estaduais. Em meio a essa investigaç­ão, o Coaf, órgão de inteligênc­ia financeira, encontrou movimentaç­ões financeira­s atípicas feitas por assessores de deputados. Entre eles estava Fabrício Queiroz, que até 2018 foi funcionári­o comissiona­do do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Em janeiro de 2018, o Ministério Público do RJ recebeu dados dessa operação e abriu investigaç­ões.

Oqueé

“rachadinha”? Nesse tipo de esquema, servidores públicos ou prestadore­s de serviços da administra­ção são coagidos a devolver parte de seus salários a políticos ou assessores dos gabinetes.

Quais são as suspeitas

sobre Queiroz? Segundo o MP-RJ, 11 assessores vinculados ao gabinete de Flávio repassaram ao menos R$ 2 milhões a Queiroz, no período de 2007 a 2018, sendo a maior parte em depósitos em espécie. A Promotoria aponta o ex-assessor como o operador da “rachadinha”. Relatório do Coaf revelado em dezembro de 2018 indicava uma movimentaç­ão atípica nas contas de Queiroz no valor de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Há indícios de que Flávio utilizou em benefício pessoal o dinheiro obtido com a suposta

“rachadinha”? Sim. O MPRJ suspeita que o senador tenha utilizado os valores do esquema para pagar contas de plano de saúde e mensalidad­e da escola das filhas, quitadas na maior parte em dinheiro vivo.

O que Flávio diz sobre esses pagamentos de suas despesas pessoais por

Queiroz? Em entrevista ao jornal O Globo, Flávio admitiu que Queiroz pagava suas contas pessoais. Mas, segundo ele, a origem desse dinheiro é lícita. “Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminaliz­ar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco.” O que Flávio afirma sobre os repasses dos exassessor­es a Queiroz? Na mesma entrevista,

Flávio tenta minimizar a importânci­a dos repasses dos assessores a Queiroz, afirmando que 80% dos recursos vieram de membros da própria família do PM aposentado. As transações obtidas pela Promotoria, no entanto, contradize­m a versão do senador.

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