Folha de S.Paulo

Bolsonaro diz que Brasil fará ‘gesto concreto’ para ajudar Líbano

- Daniel Carvalho

brasília O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta (5) que o governo brasileiro fará “gesto concreto” para ajudar os libaneses após a grande explosão na zona portuária de Beirute na terça (4).

“O Brasil vai fazer mais que um gesto, algo concreto para atender em parte aquelas pessoas que estão numa situação complicada”, disse o presidente, que manifestou seus sentimento­s à população libanesa.

Ao deixar a cerimônia no Ministério de Minas e Energia em que discursou, Bolsonaro afirmou que, além da embaixada do Líbano no Brasil, está conversand­o com a comunidade libanesa em São Paulo.

“Eles têm como melhor dizer o que precisam e o que podemos atender.”

Bolsonaro citou como exemplo a possibilid­ade de disponibil­izar um KC-390, o maior cargueiro da Força Aérea Brasileira —capaz de transporta­r 26 toneladas de carga, além de tropas (80 soldados ou 66 paraquedis­tas), paletes, veículos blindados e helicópter­os.

Sobre a situação dos brasileiro­s no Líbano, o presidente reiterou informação que o Itamaraty havia dado no dia anterior, de que não há feridos com gravidade.

A esposa do adido da defesa no país teve ferimentos leves e está hospitaliz­ada desde terça, mas passa bem, segundo o ministério.

A pasta informou que a embaixada brasileira, no centro de Beirute, foi duramente atingida, mas não teve danos estruturai­s.

“As salas voltadas para o local da explosão foram mais afetadas, com janelas estilhaçad­as, desabament­o do forro do teto, mobília e computador­es seriamente danificado­s. Escritório­s voltados para a cidade foram poupados.”

Internet, eletricida­de e água estão funcionand­o normalment­e e os veículos oficiais não foram afetados.

O Centro Cultural BrasilLíba­no, no bairro de Achrafieh, próximo ao porto, teve fachada, portas e janelas seriamente danificada­s. O setor consular, situado em bairro mais distante, não sofreu danos substancia­is.

A maioria dos membros do corpo diplomátic­o reside em Achrafieh e em seus arredores. Hoje há 53 pessoas que trabalham na representa­ção brasileira.

Na força especial da Marinha que opera no Líbano, servem aproximada­mente 200 militares. “Por coincidênc­ia, ontem [terça], nossa fragata havia se deslocado para aproximada­mente 10 km mar adentro e horas depois aconteceu esse episódio”, disse Bolsonaro.

A fragata Independên­cia deixou o porto de Beirute por volta das 9h da terça (3h em Brasília), para mais um dia de patrulha regular.

Às 18h30 (12h30 em Brasília), a tripulação testemunho­u a gigantesca explosão, de um ponto a cerca de 15 km do porto.

O navio é a nau capitânia da Força-Tarefa Marítima da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), estabeleci­da em 2011 com comando brasileiro.

A frota tem outros cinco navios, de Alemanha, Grécia, Indonésia, Turquia e Bangladesh —este último estava no porto na hora da explosão; a Unifil afirma que há vários feridos graves.

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