Folha de S.Paulo

Tribunal adia decisão sobre atentado contra ex-premiê

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amsterdã | reuters O Tribunal Especial do Líbano adiou nesta quarta (5) o anúncio do veredito do julgamento dos acusados pelo atentado que matou o ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri.

Segundo a corte, a decisão será comunicada no dia 18, “por respeito às inúmeras vítimas [...] e aos três dias de luto público”, decretado após a explosão no porto de Beirute.

O país esperava conhecer nesta sexta o veredito do caso contra os quatro homens acusados de planejar e organizar o atentado a bomba que matou Hariri e outras 21 pessoas, e feriu 256 em 2005.

Hassan Diab, o atual premiê, alertou antes do incidente em Beirute que as autoridade­s “devem estar preparadas para enfrentar consequênc­ias” do julgamento. Analistas avaliam que a decisão pode fazer ressurgir tensões no país.

Os réus, todos membros do movimento xiita Hizbullah, estão sendo julgados à revelia pelo TSL, que tem sede em Haia (Holanda).

O primeiro suspeito, Salim Ayyash, 50, é acusado de homicídio doloso e de ter liderado a equipe que cometeu o ataque. Outros dois homens (Hussein Oneisi, 46, e Asad Sabra, 43) são julgados por produzirem um vídeo que reivindica­va a autoria do crime em nome de um grupo fictício.

O último acusado, Hassan Habib Merhi, 52, enfrenta várias acusações, incluindo cumplicida­de em ato terrorista e conspiraçã­o para cometêlo. Mustafa Badreddin, apresentad­o como o “cérebro” do atentado, já morreu.

O Hizbullah nega envolvimen­to no episódio e se opõe a entregar os suspeitos.

Se forem considerad­os culpados, eles poderão ser condenados à prisão perpétua. Saad, filho de Hariri e que renunciou ao cargo de premiê em 2019, disse na semana passada que “não havia perdido a esperança na Justiça internacio­nal e na revelação da verdade”.

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