País chega a 4 milhões de infectados por vírus
Nesta quarta, país registrou novas 48.632 infecções e 1.218 mortes pela Covid-19; no total, já são 123.899 óbitos
O Brasil ultrapassou ontem a marca de 4 milhões de casos de Covid-19 registrados desde o fim de fevereiro. O total de mortos pelo coronavírus aumentou para quase 124 mil.
são paulo O Brasil chegou a 4.001.422 de casos do novo coronavírus. Nesta quarta-feira (2), foram registradas 48.632 novas infecções e 1.218 mortes pela Covid-19. O total de óbitos pela doença chegou, dessa forma, a 123.899.
Além dos dados diários do consórcio, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 878, o que mantém uma posição de estabilidade nos dados, embora com números elevados.
Os dados são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais. O balanço é fechado diariamente às 20h.
O Brasil tem uma taxa de cerca de 59,1 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos, e o Reino Unido, ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 56,8 e 62,6 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
O México, que ultrapassou o Reino Unido em número de mortos, tem 51,7 mortes para cada 100 mil habitantes. A Índia, com 66.333 óbitos, também passou o Reino Unido em mortos pela Covid-19.
Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena muito mais rígida, o índice é de 20,2 mortes por 100 mil habitantes.
Dados do Ministério da Saúde divulgados na tarde desta quarta-feira (2) apontam 46.934 novos casos confirmados de Covid-19 entre terça e quarta, com 1.184 mortes.
Com isso, o país já registra 3.997.865 casos confirmados pela doença desde o fim de fevereiro, com 123.780 mortes.
Segundo a pasta, há 2.658 mortes em investigação.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
País tem menor taxa de contágio desde final de abril
bruxelas O Brasil está entre os seis países sul-americanos que iniciaram esta semana com a transmissão de coronavírus sob controle, segundo cálculos do Imperial College, referência em acompanhamento de epidemias.
A taxa de transmissão (Rt) brasileira estimada pelo centro de acompanhamento de epidemias britânico é a menor desde o final de abril.
O índice agora é de 0,94, o que significa que cada 100 contaminados passam o coronavírus para outros 94, que por sua vez transmitem a doença para mais 88, reduzindo progressivamente seu alcance.
Peru e Bolívia (ambos com 0,88), Colômbia (0,92), Equador (0,94) e Chile (0,97) também estão no grupo dos sul-americanos que veem a transmissão em desaceleração. Desses, o Chile é o país que registra há mais tempo índices favoráveis: está é a décima semana seguida em que o Rt chileno não fica acima de 1.
Venezuela (1,06), Argentina (1,09) e Paraguai (1,32) registram aceleração do contágio, de acordo com os cálculos do Imperial College, feitos a partir do número de mortes.
Apesar das boas notícias, a Opas (braço americano da Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta quartafeira que os países não podem relaxar.
“Ninguém deve cantar vitória. Mesmo os que experimentam redução nos números não estão fora de perigo. Ainda há áreas em que a população está exposta”, disse o diretor de doenças transmissíveis da Opas, Marcos Espinal.
Ao todo, o número de países acompanhados pelo Imperial College por estarem com transmissão ativa (ou seja, ao menos dez mortes em cada uma das duas últimas semanas) continua crescendo. Eram 51 na primeira semana de maio e agora são 72.
O Imperial College calcula a taxa de transmissão com base no número de mortes por ser um dado menos sujeito a subnotificação que número o de casos. Como há uma defasagem entre o momento do contágio e a morte, mudanças nas políticas de combate à epidemia levam em média duas semanas para se refletirem nos cálculos.
Com base no número de mortos pelo novo coronavírus, o Imperial College também estima a acurácia do número de casos informados pelos países. Este indicador no caso brasileiro é de 64% nesta semana, ou seja, o país registra cerca de dois terços dos casos de Covid-19.
Na ponderação pela população, o Brasil continuou reduzindo o número de novos casos por 100 mil habitantes. Nos 14 dias encerrados nesta quarta-feira, foram 257 novos casos por 100 mil habitantes, contra 268 na semana anterior e dos 291 registrados há um mês.
Com exceção do Uruguai e da Guiana, todos os países sul-americanos apresentam transmissão comunitária, segundo relatório de OMS.
Ana Estela de Sousa Pinto