Folha de S.Paulo

A nota de R$ 200

Cédula, que tem o tamanho da de R$ 20 e traz como personagem o lobo-guará, já circula em dez capitais

- Larissa Garcia

Cinza e sépia e com imagem do lobo-guará, nova cédula entra oficialmen­te em circulação

brasília A nova nota de R$ 200 entrou oficialmen­te em circulação nesta quarta-feira (2), no mesmo dia em que o Banco Central apresentou a cédula, que traz o lobo-guará.

As cores são cinza e sépia, e ela tem 142 milímetros por 65 milímetros, exatamente o mesmo tamanho da nota de R$ 20. O custo de aquisição para o BC é de R$ 325 a cada mil unidades. Serão produzidas 450 milhões de unidades até o fim do ano, o equivalent­e a R$ 90 bilhões.

A autoridade monetária informou que inicialmen­te as notas estão disponívei­s nas dez capitais em que o BC tem representa­ção: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio, Salvador e São Paulo.

Em 2001, o BC fez uma enquete com a população com uma lista de animais em extinção para que elas escolhesse­m qual elas gostariam de ver estampados nas cédulas. Em primeiro lugar ficou a tartaruga-marinha, que está na nota de R$ 2, em segundo, o micoleão dourado, que foi para a de R$ 20, e em terceiro lugar ficou o lobo-guará, que agora estampa a nota de R$ 200.

Segundo o BC, o lançamento tem o objetivo de atender maior demanda por papelmoeda com o pagamento do auxílio emergencia­l. Além disso, com a pandemia do novo coronavíru­s, aumentou o entesouram­ento (o dinheiro fica parado na mão das pessoas).

“Diversos cenários de estresse foram modelados pela equipe econômica do BC e ficou claro que, se nenhuma medida incisiva fosse tomada, poderíamos ter falta de numerário. É dever do BC atuar para que isso não aconteça”, ressaltou a diretora de administra­ção do BC, Carolina Barros.

“O lançamento da nova cédula é uma resposta do BB a mudanças provocadas pela atual pandemia de Covid-19. O momento singular que estamos vivendo trouxe os mais diversos desafios, e um deles foi um aumento expressivo na demanda da sociedade brasileira por dinheiro em espécie”, completou o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O BC identifico­u a necessidad­e de R$ 105,9 bilhões em papel-moeda após o início da pandemia, que teriam de ser impressos até o fim do ano. Segundo a diretora, 21% das cédulas em circulação são de R$ 100, e 32% são de R$ 50. As de menor valor de face são mais escassas: 18% de R$ 2, 8%, de R$ 5, 9%, de R$ 10, e 12%, de R$ 20.

O BC já estudava criar a cédula e, mesmo após a normalizaç­ão da demanda, não pretende tirá-la de circulação.

A autoridade monetária gastará R$ 113,8 milhões a mais do que o previsto no orçamento anual para produzir as novas notas e para a impressão de mais 170 milhões das de R$ 100.

O BC veiculará uma campanha para que a população se familiariz­e com a nova cédula e conheça seus elementos de segurança. A peça publicitár­ia custará R$ 20 milhões.

O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou, em 29 de julho, o lançamento da cédula de R$ 200. Na ocasião, o BC disse que a medida não tem efeito inflacioná­rio. Segundo a autarquia, não há relação direta da expansão da base monetária com a aceleração na alta dos preços.

Em pesquisa realizada em 2018, 60% da população afirmou utilizar dinheiro físico como principal meio de pagamento (57% entre lojistas). Desde 2002, com o lançamento da nota de R$ 20, o BC colo

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Banco Central
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Pedro Ladeira/Folhapress O técnico judiciário aposentado José Martins exibe em Brasília notas de R$ 200 sacadas nesta quarta-feira

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