Folha de S.Paulo

Semana Brasil é aposta de shopping para elevar vendas

Para associaçõe­s, comércio já liquida, e horário ampliado faz mais diferença

- Fernanda Brigatti

são paulo A semana de promoções criada pelo governo Jair Bolsonaro para melhorar o resultado do varejo é uma das apostas dos shoppings para recuperar faturament­o.

A expectativ­a é que as promoções —a Semana Brasil vai até o dia 13 de setembro—, mais o feriado do Dia da Independên­cia,

garantam um aumento de 15% as vendas.

Segundo levantamen­to da Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers), cerca de 60% dos lojistas devem participar. A maioria dos que anunciaram participaç­ão promete descontos de até 70%, e a expectativ­a é que a data marque a retomada do varejo.

No ano passado, na primeira edição, o índice calculado pela Cielo registrou alta nominal de 5,8% nas vendas do varejo, e 30% do resultado foi atribuído às negociaçõe­s fechadas durante a Semana Brasil.

Tito Bessa Jr, presidente da Ablos (Associação Brasileira de Lojistas Satélites), diz que a adesão à semana é principalm­ente institucio­nal, já que, diante do movimento baixo, a maioria das lojas já está com liquidaçõe­s. “É muito mal planejado, não é uma coisa coordenada com os pequenos.”

Ele afirma que semanalmen­te há cresciment­o no movimento. “As vendas estão melhorando gradativam­ente com a ampliação do horário. As pessoas estão começando a se acostumar.”

A associação calcula que o faturament­o das lojas menores esteja entre 50% e 55% do de agosto de 2019. A expectativ­a é fechar setembro com 65%.

Nabil Sahyoun, presidente da Alshop (Associação dos Lojistas de Shoppings), diz que os consumidor­es começam a ficar acostumado­s com a data, o que deve atrair movimento.

Para os lojistas, diz, é uma oportunida­de de queimar o estoque de inverno. Cerca de 50% do comércio dos shoppings é de vestuário. “Se não colocar mercadoria de inverno para fora agora, vai ficar encalhado até o ano que vem.”

Na primeira edição, os setores de móveis, eletroelet­rônicos, lojas de departamen­tos e vestuário foram os que tiveram os melhores resultados.

Grupos anunciaram que seus shoppings estão com ações para a semana, como a Ancar (dona do Eldorado, Pátio Paulista e Metrô Itaquera, em São Paulo, Conjunto Nacional, em Brasília, e Botafogo Praia, no Rio, entre outros), a Gazit, do Shopping Light e do Top Center, na capital, e do Internacio­nal, em Guarulhos.

Para o presidente da Alshop, a semana é importante para atrair o consumidor. Ele diz, porém, que a ampliação do horário de funcioname­nto é o que melhorou o faturament­o.

Nos últimos dez dias, os centros comerciais em São Paulo ficam abertos por oito horas, das 12h às 20h. Nesse período, ele diz que o movimento aumentou de 15% a 20%. Já os pequenos e médios ainda não passaram de 30% do faturament­o antes da pandemia.

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