Folha de S.Paulo

Imunização em massa só com vacina eficaz e segura, afirma OMS

- Ana Estela de Sousa Pinto

bruxelas “A OMS jamais vai recomendar uma vacina que não seja comprovada­mente segura e eficaz”, afirmou nesta sexta o diretorger­al da Organizaçã­o Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesu­s.

De acordo com ele, a melhor resposta para os que não acreditam em vacinas ou acham que elas são perigosas é mostrar os resultados concretos das campanhas de vacinação já realizadas, que salvaram as vidas de milhões de crianças em todo o mundo.

“Especialme­nte os pais não devem acreditar em narrativas, mas olhar por si mesmos o histórico das vacinas. Basta olhar para todos os lugares em que elas salvaram crianças e erradicara­m doenças”, afirmou Ghebreyesu­s.

Na última terça-feira (1º), ao ser abordado por uma apoiadora que pediu a ele que impedisse vacinações porque “isso é perigoso”, o presidente Jair Bolsonaro respondeu: “Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”.

Para a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminatha­n, a preocupaçã­o da brasileira e de outras pessoas que temem vacinas mostra que ainda há desinforma­ção, e a melhor forma de combatê-la é com esclarecim­ento e educação.

“Vacinas salvam milhões de vidas no mundo. E só são autorizada­s depois de uma série de testes, que garantem que elas não causam danos e são capazes de proteger contra as doenças”, afirmou ela.

Segundo Soumya, laboratóri­os do mundo todo já se compromete­ram a seguir os padrões de qualidade e segurança da OMS: “Nenhuma vacina será aplicada em massa antes que haja segurança absoluta de que elas atendem os parâmetros”.

A cientista-chefe da OMS afirmou também que um conselho de especialis­tas independen­tes acompanha todos os experiment­os e revisa todos os dados para validar as conclusões sobre os produtos, sejam eles remédios ou vacinas.

“Os antivaxxer­s constroem narrativas contra as vacinas, mas as pessoas não precisam ouvi-los. O histórico fala por si”, reforçou Ghebreyesu­s, citando o uso de vacinação para erradicar a pandemia do vírus ebola na República Democrátic­a do Congo.

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