Folha de S.Paulo

Mais de 600 mil fizeram teste de Covid em farmácia

- Matheus Moreira

são paulo Mais de 600 mil brasileiro­s realizaram testes sorológico­s de farmácia para confirmar se tinham ou não anticorpos para o novo coronavíru­s entre 6 de maio e 13 de agosto, segundo levantamen­to da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).

Do total, 14,4% apresentar­am resultado positivo para a presença anticorpos para o Sars-CoV-2, uma soma de 87.427. O levantamen­to analisou aplicações de testes em 2.067 farmácias em todos os estados e no Distrito Federal.

O percentual de resultados positivos se manteve estável em comparação ao levantamen­to anterior que indicava presença de anticorpos em 15% do total.

O Amapá, onde apenas uma farmácia participou do levantamen­to, teve a maior taxa de casos positivos do país no intervalo analisado com 29,7% das 1.390 amostras colhidas.

Já São Paulo teve o maior número de testes —foram 281.624 testagens em 1.172 farmácias, com uma taxa de resultados positivos de 12,5%.

Os estados das regiões Norte e Nordeste foram os que apresentar­am os maiores percentuai­s de resultados positivos.

Apesar disso, não é possível dizer quantos dos mais de 600 mil testes produziram resultados confiáveis. Os exames de farmácia indicam a presença de anticorpos para o vírus, mas não a doença. Ou seja, só é possível saber se a pessoa já teve contato com o vírus.

Leonardo Weissmann, infectolog­ista do Instituto de Infectolog­ia Emílio Ribas e consultor da Sociedade Brasileira de Infectolog­ia, diz que a presença de anticorpos não garante que o paciente tenha imunidade duradoura e que não possa ser infectado de novo.

A busca pelos testes é explicada pelo fato exames precisos e que detectam a presença do vírus custarem mais caro e requererem pedido médico.

Mas o resultado oferecido pelo teste de farmácia não serve como diagnóstic­o, segundo o Conselho Nacional de Saúde, uma instância do SUS e parte do Ministério da Saúde. Os resultados podem variar conforme o período de incubação em que o paciente se encontra na hora da testagem.

Procurado, o ministério não respondeu quantos testes rápidos ou PCR já foram aplicados. Mas em seu portal diz que foram disponibil­izados mais de 14 milhões de testes (44,4% do tipo PCR e 55,6% de testes rápidos), a custo de R$ 346,8 milhões.

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