Demanda por salas comerciais volta a crescer mesmo com a popularização do trabalho remoto
brasília Depois de sofrer com a queda na ocupação de salas no auge da pandemia, o mercado de imóveis comerciais começa a se reerguer.
Empresas já procuram consultorias para planejar os escritórios do pós-pandemia de acordo com novos protocolos sanitários. No cardápio de opções oferecidas no setor, estão os chamados escritórios-satélite, espécie de coworking em que o funcionário pode ir algumas vezes na semana.
Segundo Adriano Sartori, vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP (sindicato de habitação), após uma queda de movimentação entre abril e junho, em julho houve uma retomada no setor.
Em São Paulo, a pandemia impulsionou a revisão de contratos. Números do Secovi-SP mostram que 51% dos inquilinos pediram descontos em aluguéis em junho. No mês seguinte, o percentual havia caído para 48%.
No Rio, a desocupação de imóveis comerciais no segundo trimestre mais que dobrou em relação aos primeiros três meses, de acordo com dados da APSA, imobiliária e administradora de condomínios.
A pandemia trouxe novas preocupações que vão além da disponibilização de álcool em gel. Segundo Sartori, as mudanças mais significativas passam pela ampliação dos espaços para garantir pelo menos 1,5 metro de distância entre os funcionários.
“O mercado de escritórios brasileiros é muito adensado. Para fazer essa distância mínima, ou as empresas alu
“Os escritórios no Brasil são muito adensados. Para manter distância entre funcionários, ou as empresas alugam o dobro da área ou mantêm pessoas em home office Adriano Sartori vice-presidente de locação do Secovi-SP
gam o dobro da área ou mantêm as pessoas em home office”, afirma Sartori. “Hoje, mais da metade das empresas com as quais conversamos estão revendo seus layouts.”
A fintech Pag! chegou a repensar a importância da estrutura. “Não é decidir se vamos voltar ou não, mas analisar por que o local vai ser útil e quais modalidades de escritório podemos disponibilizar para os colaboradores”, diz Marília Amêndola, diretora de pessoas e cultura da startup.
Mesmo com a flexibilidade dada aos funcionários, que podem escolher seu formato de trabalho, a empresa não pretende abrir mão de seus escritórios físicos em São Paulo e no Espírito Santo. As salas irão passar até janeiro por remodelação para se adaptar às necessidades pós-pandemia.