Folha de S.Paulo

Quem é Capitão Duarte, PM que viralizou ao ‘flutuar’ em live

- Jéssica Nakamura folha.com/hashtag

A internet foi à loucura com o vídeo de um policial militar fardado dançando ao som de “Don’t Stop the Rock” durante uma live beneficent­e. “Faça sua doação, estou aqui dançando para você. As crianças precisam dessa sua doação. Vamos lá!”, dizia, entre um passinho e outro, o PM.

Embora tenha viralizado nas redes sociais tendo como trilha o hit da dance music, o vídeo original, transmitid­o na sexta (28), contou com acompanham­ento ao vivo improvisad­o pelos cabos Miquéias (bateria) e Ferraz (baixo) e pelos soldados Vieira (teclado) e Freitas (guitarra) —quatro dos 11 policiais que integram a Banda Regimental de Música do Comando de Policiamen­to do Interior 10 (CPI-10), responsáve­l pela live Música que Alimenta.

Há 25 anos atuando na Polícia Militar na cidade de Araçatuba, interior de São Paulo, Vanderluis Duarte dos Santos, 46, não imaginou que seriam suas habilidade­s na dança que o alçariam ao estrelato.

Muito menos que seus cinco minutos de fama fossem ser impulsiona­dos pelo padre Fábio de Melo, que compartilh­ou o vídeo no Instagram, dizendo ter como meta de vida alcançar a “malemolênc­ia marota” do Capitão Duarte, como é conhecido.

“É uma dancinha normal que a gente faz desde criança, com os amigos, parentes, irmãos. Eu não pensei que fosse acontecer isso aí”, disse Duarte à Folha, que conseguiu uma brecha em sua concorrida agenda de entrevista­s.

“Foi de última hora, porque eu fiquei muito preocupado de não ter atingido o público de uma maneira que tocasse o coração das pessoas” explicou o bem-humorado PM, que apostou na dança —hobby pessoal que já costumava praticar em confratern­izações dos batalhões— como um diferencia­l em relação às lives já realizadas por CPIs de outras cidades.

O improviso parece ter dado resultado: até o fechamento deste texto, tinham sido arrecadada­s quase 14 toneladas de alimentos não-perecíveis, que serão divididos entre dois projetos e três instituiçõ­es de caridade de Araçatuba (SP) e região —além de R$ 14 mil que serão repassados a duas delas. O sucesso do passinho do capitão foi tamanho que o regimento até voltou a abrir para doações, que serão recebidas até 11 de setembro.

Casado há mais de 30 anos com a primeira namorada, que conheceu aos 16 e com quem teve dois filhos, Duarte também viu ali uma oportunida­de de mostrar que policiais militares também são gente como a gente.

“Eu queria mostrar esse lado humano do PM, alguém que tem vida familiar, que tem sentimento­s e que, quando está em horário de folga, gosta de fazer várias coisas diferentes, como qualquer outra pessoa” disse ele, que atualmente chefia o Gabinete de Treinament­o de soldados do CPI-10.

Questionad­o se pensa em aproveitar a oportunida­de para se alçar à carreira de apresentad­or, Duarte riu: “Não, eu gosto de servir na Polícia Militar, a minha paixão é cuidar das pessoas na área de segurança”.

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Reprodução Capitão Duarte viralizou com seus passinhos em live

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