Intensidade conduz nova temporada de ‘The Boys’, sobre super-heróis realistas
Em nova leva de episódios, série da Amazon se ocupa de resolver problemas deixados em aberto na reta final
são paulo Os heróis de “The Boys”, inspirados nos quadrinhos homônimos de Garth Ennis e Darick Robertson, podem até vender a imagem de salvadores da pátria, mas são absolutamente desprezíveis.
A série da Amazon Video chega agora à sua segunda temporada. Bem avaliada, a primeira leva de episódios imaginou como seria o nosso mundo se ele fosse habitado também por super-heróis.
Só que em “The Boys”, os heróis são controlados por uma empresa, a Vought International, que vende seus serviços a municípios com altas taxas de criminalidade ou a qualquer outra pessoa que precise de ajuda —e que possa pagar.
Em meio a isso, uma equipe precisa se certificar de que escândalos sexuais, problemas com drogas e antecedentes criminais de seus poderosos funcionários não venham à tona.
Isso, é claro, embalado por um eficiente marketing que dita como cada um deve agir para se adequar aos trabalhos aos quais são designados —o que envolve ocultar a homossexualidade ou se atentar a questões raciais nas cidades.
“‘The Boys’ caminha numa corda bamba, desconstrói o gênero dos super-heróis ao mesmo tempo em que faz parte dele. Entregamos vários dos prazeres comuns a esses filmes e séries, como grandes efeitos visuais e muita ação, mas simultaneamente nós brincamos com isso”, diz Eric Kripke, criador do seriado.
“A ideia é questionar como seria se super-heróis existissem, de forma realista. Ela reflete o que está acontecendo no mundo e, por isso, pode parecer controversa, mas ela apenas lida com o que aparece nas notícias todos os dias.”
A intenção abre espaço para tratar questões espinhosas que costumam passar longe do mundo da Marvel e da DC.
Enquanto a primeira temporada serviu para apresentar as maldades de alguns de seus personagens, a segunda se ocupará de resolver problemas deixados em aberto na reta final de sua antecessora.
Isso inclui substituir um herói morto pelo grupo que dá nome à série, formado por seres humanos comuns que odeiam os superpoderosos por diversos motivos. Eles começam os novos episódios escondidos, sendo caçados por Homelander, o rosto da Vought International.
“Vai ser uma temporada mais intensa. Todos os personagens estão encurralados de alguma forma. E isso revela novos aspectos sobre quem eles são”, diz Kripke.
O criador da série destaca que ficará mais fácil construir uma ponte entre o que é visto nas telas e a realidade. “A série mostra que devemos ter uma leve desconfiança das figuras autoritárias, porque quem eles são a portas fechadas pode ser bem diferente do perfil que projetam para o mundo.”
“Muitos políticos são pintados como heróis, graças a seus departamentos de marketing. Mas, na vida privada, eles são pessoas com falhas. É a verdade por trás de muita gente em posições de poder —como certas pessoas que ocupam a Casa Branca.”
The Boys
Disponível na Amazon Prime Video