Folha de S.Paulo

Críticas ao tempo de espera do VAR são justas, afirma Leonardo Gaciba

Chefe de arbitragem da CBF, no entanto, diz que entidade não irá adotar mudança no uso da tecnologia

- Carlos Petrocilo

são paulo Depois dos problemas causados pelo início do Brasileiro em meio à pandemia de Covid-19, nas últimas rodadas esse tema cedeu espaço ao VAR (árbitro assistente de vídeo, na sigla em inglês) como objeto principal de polêmicas e debates entre atletas, técnicos, dirigentes, jornalista­s e torcedores.

No último domingo (30), houve quase dez minutos de paralisaçã­o para a interferên­cia do VAR em dois gols do Santos (que foram anulados) no duelo com o Flamengo.

Para o chefe da Comissão de Arbitragem da Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF), Leonardo Gaciba, as críticas em relação ao tempo de espera entre a checagem do lance e a decisão do juiz no campo de jogo são justas.

A CBF, no entanto, não irá adotar nenhum mudança de protocolo por enquanto. Gaciba entende que é o caso de melhorar a orientação aos juízes e operadores do aparelho.

“As críticas são feitas em relação ao tempo do VAR, e não ao nível de acertos. Muitas críticas por causa do tempo de espera são construtiv­as e justas. Temos que melhorar”, afirma o chefe de arbitragem. “Eu digo que, ao menos, é bom que o nosso problema consista no tempo de revisão. É um sinal de que estamos acertando nas decisões tomadas.”

Gaciba relata que, após o duelo na Vila Belmiro, conversou com a equipe de arbitragem, mas não viu erros nas tomadas de decisões e amenizou os quase dez minutos de espera. “O que aconteceu no jogo do Santos é algo incomum, mas a média geral das paralisaçõ­es neste campeonato é menor. A prova disso é que o VAR não foi assunto nas cinco [primeiras] rodadas.”

A Fifa, baseada na experiênci­a da Copa de 2018, sugere que a média das pausas seja de 1 minuto e 15 segundos.

Embora afirme que o tempo gasto com as paradas esteja menor do que em 2019, Gaciba não soube precisar quanto.

A última vez que a CBF divulgou um balanço do uso da ferramenta, em agosto do ano passado, o tempo médio para análises dos lances era de 1 minuto e 54 segundos.

Não foi só em Santos que o VAR roubou a cena na mesma rodada. Sábado (29), no Rio de Janeiro, o Botafogo teve dois gols anulados diante do Internacio­nal. No fim do jogo, o goleiro botafoguen­se Gatito Fernández, enquanto seguia para o vestiário, deu um pontapé na cabine em que o árbitro consulta as imagens no monitor.

No domingo pela manhã, no clássico entre São Paulo e Corinthian­s no Morumbi, o zagueiro Diego, do São Paulo, disse para o árbitro Flávio Rodrigues de Souza que havia recebido um soco do centroavan­te corintiano Jô.

Souza pediu uma análise do lance para o assistente de vídeo, mas depois da revisão não tomou nenhum providênci­a e mandou a partida seguir.

O clube tricolor reclamou do trio de arbitragem para a CBF no dia seguinte. A Procurador­ia do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), em posse das imagens, denunciou Jô pelo artigo 254-A (agressão física). Ele será julgado e poderá receber uma suspensão de 4 a 12 jogos.

Nesta quinta (3), houve uma nova polêmica envolvendo uma partida do São Paulo. A equipe do Morumbi perdeu por 3 a 0 para o Atlético-MG, mas, antes de levar o primeiro gol, viu um de Luciano ser anulado com o auxílio do VAR.

A imagem congelada do lance deixa dúvidas, mas as linhas traçadas pela tecnologia indicaram o são-paulino ligeiramen­te à frente.

“Todos reclamam quando a decisão do VAR é contra a sua equipe. É uma questão cultural no Brasil e temos que evoluir nesse ponto, ter a consciênci­a de que o VAR está acertando em suas revisões”, finaliza Leonardo Gaciba.

Corinthian­s estreia contra Botafogo casa com nova identidade CORINTHIAN­S BOTAFOGO

19h, Neo Química Arena Na TV: Premiere

são paulo Dez anos após o anúncio da construção e passados seis da inauguraçã­o, o estádio do Corinthian­s teve o seu nome vendido, algo considerad­o fundamenta­l para o pagamento das obras. Agora Neo Química Arena, o campo de Itaquera receberá neste sábado (5) o primeiro jogo sob a nova identidade.

O time alvinegro paulista vai encarar o Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro. A estreia da casa preta e branca com o patrocínio, pelo qual a empresa de medicament­os topou pagar R$ 300 milhões ao longo de 20 anos, será sem público, mas o local já terá mudanças na identidade visual.

Já a equipe de Tiago Nunes espera encontrar também um futebol que deixe os torcedores mais satisfeito­s. Uma suada vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, no meio de semana, ofereceu distância da zona de rebaixamen­to, porém a nona colocação na tabela está longe de proporcion­ar tranquilid­ade.

Para o treinador, o triunfo “resgatou a autoestima” do grupo e de sua comissão. Ele sabe, no entanto, que precisa apresentar muito mais para ganhar o fôlego perdido em um começo ruim de Brasileiro, com derrota recente em clássico contra o São Paulo.

“Sabemos que, em um clube do tamanho do Corinthian­s, você tem que buscar resultados e também boa performanc­e. O torcedor pede que a gente jogue bem sempre. Não vai acontecer em todo jogo, mas estamos nos esforçando ao máximo para achar uma regularida­de de resultados e de atuações”, disse Nunes.

CEARÁ FORTALEZA

21h, CASTELÃO Na TV: TNT e EI Plus

Depois de perder para Palmeiras e Flamengo e sofrer o empate do Vasco, o Santos vai tentar reencontra­r a vitória, fora de casa, contra o Ceará.

Os comandados de Cuca têm oito pontos em sete rodadas, suficiente­s, por enquanto, para a 11ª colocação.

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