Músico que teria sido preso por engano deixa a prisão no Rio
rio de janeiro O violoncelista Luiz Carlos Justino, 23, foi solto neste domingo (6), após decisão da Justiça, quatro dias depois de ser preso em uma blitz em Niterói, região metropolitana do Rio, sob acusação de ter participado de um assalto à mão armada em 2017. Amigos do musicista afirmam que houve engano, e que ele fazia uma apresentação no momento do crime.
No alvará de soltura,o juiz André Luiz Nicolitt determina que o rapaz cumpra prisão domiciliar e questiona a acurácia das imagens que levaram à prisão.
“Em termos doutrinários, o reconhecimento fotográfico é colocado em causa em função de sua grande possibilidade de erro”, diz um trecho da decisão.
Em vídeo divulgado pela Orquestra de Cordas da Grota neste domingo, o rapaz agradece a mobilização de parentes e amigos a seu favor: “Já estou em casa, eu queria agradecer, primeiramente a Deus, e a todos que se mobilizaram a me ajudar nesse processo, nessa injustiça, é isso”.
Segundo o advogado de Justino,
Renan Gomes, a soltura foi a primeira vitória. “Agora, vamos defendê-lo nos autos do processo e demonstrar que ele é inocente. Ele não tem passagens pela polícia. A abordagem policial que o conduziu à delegacia foi racista. Ele estava sem identidade e foi levado para delegacia por seu estereótipo”, disse.
No dia em que foi detido, segundo Gomes, o músico havia acabado de fazer uma apresentação com os colegas da orquestra. Ele estava com outros dois amigos, em um bar, quando foi abordado por policiais militares.
De acordo com a Polícia Civil, havia contra o músico um mandado de prisão em aberto. Ele teria sido reconhecido pela vítima por fotografias.
Na decisão que decretou a prisão preventiva, a juíza Fernanda Magalhães Freitas Patuzzo citou a necessidade de garantir a tranquilidade da vítima que o reconheceu.
Segundo o presidente da Orquestra de Cordas da Grota, Paulo de Tarso, Justino integra o grupo desde 2008 e tinha contrato fixo para se apresentar aos domingos em uma padaria a 7 km do local onde o crime ocorreu, em Niterói.