Corinthians e Palmeiras têm muitos problemas em campo
O Palmeiras virou contra o Bragantino, sem jogar bem, mas seguro na defesa. Nenhum time da Série A sofreu tão poucos gols (14) na soma de todas as competições deste ano e poucos preocupam tanto sua torcida quanto o de Luxemburgo.
Há quem diga, entre os conselheiros palmeirenses, ter ouvido de Maurício Galiotte estar preocupado e que Luxemburgo era a terceira opção, antes de ser contratado. Não é verdade. Foi a segunda. Depois de encerrar negociações com Sampaoli, o clube atendeu às demandas políticas de gente ligada a Leila Pereira.
Os velhos conselheiros queriam Luxemburgo e também têm responsabilidade na escolha. A maior é de Galiotte. Se conselheiro fosse bom, a gente vendia.
Luxemburgo deve continuar, com o compromisso de fazer o time evoluir. O treinador sabe tanto quanto a torcida que o time não está bem. Fala em perseguição, mas admite que o Palmeiras precisa jogar melhor.
Necessita de uma sequência de três vitórias, que pode ajudar a mudar o ânimo. Depois do Bragantino, triunfos contra Corinthians, na Neo Química Arena, e Sport, no Allianz Parque. A novidade contra o Bragantino foi o brilho de Veron, autor de um gol e um passe decisivo. O conjunto foi opaco, sem triangulações nem infiltrações.
Rival do clássico de quinta (10), o Corinthians só empatou contra o Botafogo e com gol salvador de Jô, aos 48 do segundo tempo. Há poucas coisas funcionando, tanto no Corinthians, quanto no Palmeiras. Cantillo inverte o lado da jogada e coloca Fagner para cruzar ou Ramiro para fazer gol, como em duas das últimas três rodadas.
No Palmeiras, além do sistema defensivo, funciona a marcação por pressão. Quando o passe errado vira posse para o rival, os meio-campistas se adiantam e recuperam rapidamente. Mas a quantidade de passes errados é exagerada e as recuperações não acompanham o ritmo.
Com todos os problemas, o Palmeiras está melhor do que o Corinthians, Não se trata de observar a classificação, mas o desempenho. Defensivamente, o time de Luxemburgo é mais forte, o que indica que o Corinthians de Tiago Nunes nem melhorou o ataque, nem manteve a força defensiva de outrora.
Nenhum dos quatro grandes clubes de São Paulo está bem, mas a pressão sobre o palmeirense e o corintiano é incrivelmente maior. Justamente os que chegaram à decisão estadual, seguem nas tentativas e erros. O Corinthians mudou cinco titulares —Lucas Piton, Cantillo, Camacho, Mosquito e Araos, depois da final do Paulista.
O Palmeiras precisa de mais rapidez na troca de passes, curtos e lentos. A esperança não pode ser depositada num menino de 18 anos, como Gabriel Veron. Mas está quase toda em cima dele.
Tanto no caso do Corinthians, quanto do Palmeiras, a solução mais simples é demitir o técnico perdedor do próximo clássico. Será a repetição de todos os outros casos. Difícil é assumir os erros, corrigi-los e permitir que o trabalho prossiga.
Lembranças de Telê, de cinco derrotas seguidas em março de 1992 e campeão da Libertadores quatro meses depois. É bem mais raro do que trocar de treinador.