Folha de S.Paulo

CVV pede empatia na prevenção ao suicídio no Setembro Amarelo

- Sílvia Haidar folha.com/saudementa­l

Como falar sobre prevenção do suicídio durante a pandemia do novo coronavíru­s? Essa foi uma das preocupaçõ­es do CVV (Centro de Valorizaçã­o da Vida) para lançar a campanha do Setembro Amarelo neste ano.

“Estamos todos passando por um momento de fragilidad­e emocional”, diz Carlos Correia, 67, porta-voz e voluntário do CVV há 28 anos.

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscienti­zação sobre a prevenção do suicídio. O movimento foi criado no Brasil, em 2015, por iniciativa do CVV, do CFM (Conselho Federal de Medicina) e da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatri­a).

Com as mais de 120 mil mortes causadas pela Covid-19 no país, a associação decidiu destacar neste ano a importânci­a do autocuidad­o e da empatia.

“É importante que cada um de nós aprenda o autocuidad­o. Nós vamos ao dentista quando temos dor de dente, não é? Então também devemos ir a um psicólogo ou psiquiatra se estamos passando por um sofrimento emocional”, observa.

Na falta de ter alguém com quem conversar, ou se a pessoa não se sente à vontade para falar sobre seus problemas com um amigo ou um familiar, os voluntário­s do CVV estão disponívei­s 24 h por dia pelo telefone 188. A ligação é gratuita.

A conversa também pode acontecer por email ou chat em diferentes horários (veja os contatos abaixo). Os atendiment­os presenciai­s estão temporaria­mente suspensos devido à pandemia.

Atualmente, o CVV conta com 4.200 voluntário­s em todo o país. São feitos cerca de 10 mil atendiment­os telefônico­s diariament­e —esse número, segundo Correia, não aumentou durante a quarentena, embora estudos apontem aumento de sintomas de ansiedade e de depressão.

Também como parte do Setembro Amarelo, o metrô de São Paulo ganhou um vagão do acolhiment­o. Iniciativa do movimento Falar Inspira Vida, ele foi recoberto por expressões que são ditas no dia a dia para pessoas que sofrem de depressão —e refletem o preconceit­o que ainda existe em torno dos transtorno­s de saúde mental.

Além das frases, um QR code colocado no vagão e também nas paredes das estações da linhas 4-amarela e 5-lilás redirecion­ará o usuário que mirar a câmera do seu celular para o guia “Depressão: Quando Saber Falar e Ouvir Inspira a Vida“.

Com 58 páginas, o guia traz dicas de como falar sobre depressão tanto para quem sofre com a doença como para quem convive com um amigo ou familiar que não esteja bem. Versões impressão também estão disponívei­s nas estações.

Há explicaçõe­s sobre depressão, transtorno de ansiedade generaliza­da, burnout, transtorno afetivo bipolar e prevenção do suicídio. A cartilha também mostra como e onde pedir ajuda.

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