Amor em tempo de pandemias
Solidariedade entre os povos poderá salvar a nossa espécie de calamidades
Amor solidário entre pessoas e países é o único remédio efetivo contra a Covid-19 —e também contra outras pandemias que nos ameaçam permanentemente, como as guerras, a miséria, o consumismo em excesso e as mudanças climáticas, que derretem polos e tragam territórios, provocando destruição gradual de espécies e de nossa sublime natureza.
A solidariedade, em cumplicidade inevitável com a razão, é a única garantia de supervivência humana em um estado de paz e felicidade plena. Deveríamos estar convencidos de que, mesmo conscientes de que o mercado e a geopolítica são parte inevitável da nossa realidade, essa quimera há de ser o motor da busca permanente de toda ação humana em qualquer terreno, sem a interferência prejudicial de ideologias e políticas.
Hoje, a Covid-19, uma agressão microscópica incontrolável, pôs em xeque a nossa espécie. É um alerta ante o qual todos devemos reagir.
Mesmo quando sabemos que sozinhos não somos capazes de deter tais tragédias, nossa pequena ilha do Caribe, apesar das dificuldades econômicas geradas pela combinação do bloqueio e da pandemia, se une a alguns protagonistas sensatos no planeta para fazer tudo o que está ao alcance com seus profissionais de saúde. Durante décadas Cuba auxiliou muitos países, sobretudo do hemisfério Sul e, com o avanço da pandemia, somou a este trabalho mais de 3.700 especialistas no combate de epidemias graves e de doenças derivadas de desastres naturais. Esses especialistas estiveram presentes em 46 nações e territórios autônomos que, neste momento, incluem países desenvolvidos, como Itália e Andorra. Trata-se das brigadas Henry Reeve, que reúnem no total mais de 7.000 especialistas voluntários, treinados em muitas missões desde a sua criação, em 2005 —que inclui, entre outras, o perigoso combate ao ebola na África.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OPS (Organização PanAmericana da Saúde), seguramente com a intenção de unir esforços internacionais e estimular projetos similares, reconheceu a importância desses gestos de Cuba, e a organização mundial InterAcademy Partnership (IAP) criou a IAP Covid-19 Expert Group, com oito especialistas cubanos de um total de 20 membros selecionados.
Seu propósito é enfrentar a pandemia sobre a base de um conceito científico que inclui o estudo de suas consequências sobre a saúde, a sociedade e o ambiente. Reconhece-se que os especialistas da ilha, entre outros talentosos peritos de todo o planeta, podem contribuir muito graças à ampla e intensa experiência no enfrentamento de fenômenos desse tipo —além dos resultados exitosos que obtiveram em seu país no controle nacional da pandemia, devido à aplicação de protocolos integrais e à utilização de medicamentos novos e eficazes que, muito em breve, incluirão uma vacina profilática.
Trata-se de que nos unamos mais, que possamos dar o que cada um de nós for capaz para salvar a nossa espécie das calamidades que agora parecem remotas, mas que contém graves perigos potenciais. A Covid-19 já nos surpreendeu, pegou-nos desprevenidos. Para esse nobre empenho, sempre se pode contar com Cuba!
Mesmo quando sabemos que sozinhos não somos capazes de deter tais tragédias, nossa pequena ilha do Caribe, apesar das dificuldades econômicas geradas pela combinação do bloqueio e da pandemia, se une a alguns protagonistas sensatos no planeta para fazer tudo o que está ao alcance com seus profissionais de saúde