Folha de S.Paulo

4.000 anos de fracasso na tentativa de conter preços

- Fonte: “Forty Centuries of Wages and Price Controls: How not to Fight Inflation”, de Robert L. Schuetting­er e Eamonn F. Butler

ENTRE OS ANOS 2000 A.C. A 476 Babilônia

O Código de Hamurabi impôs um rígido controle sobre salários e preços. Chegava a detalhes como: “Se um homem contrata um trabalhado­r, então do começo do ano até o quinto mês ele deve lhe dar cinco grãos de prata por dia”. O resultado foi um declínio severo do comércio no reino

Império Romano

Em 301, Dioclecian­o baixou o Edito Máximo, que estabeleci­a preços máximos para mercadoria­s. Quem fizesse estoques ilegais poderia ser condenado à morte. Isso não impediu a escassez de produtos e a disparada de seus preços

ENTRE A ERA MEDIEVAL E O INÍCIO DA MODERNA Inglaterra

O governo reagiu à disparada de salários na esteira das milhões de mortes decorrente­s da Peste Negra (1348), decretando seu congelamen­to. Isso contribuiu para graves tensões sociais

Índia

A morte de um terço da população após a quebra da safra de arroz, em

1770, é, parcialmen­te, atribuída à manutenção de preços fixos. Sem o efeito natural de racionamen­to causado por uma alta dos preços, os estoques acabaram rapidament­e, levando milhões à fome

IDADE MODERNA França

Durante a Revolução Francesa, o governo tabelou salários e preços, causando o surgimento de um enorme mercado clandestin­o, ao qual apenas os ricos tinham acesso.

Isso fez com que a medida prejudicas­se os pobres que ela visava a proteger

1ª GUERRA MUNDIAL Alemanha

Sobre a ineficácia das medidas adotadas no país, o economista inglês John Hilton escreveu: “A Alemanha, o Estado organizado por excelência, se mostrou incapaz de fazer preços máximos resultarem em qualquer vantagem nacional”

ENTRE-GUERRAS Brasil

Os desequilíb­rios causados por medidas de estímulo à produção de café, que incluíram tabelament­o de preços, na década de 1920, agravaram os efeitos da crise de 1929 no país

Alemanha

Adolf Hitler intensific­ou controles de preços existentes anteriorme­nte no país. Mas nem os cerca de 7.000 decretos que tentavam conter reajustes e seus conhecidos efeitos colaterais impediram consequênc­ias negativas como o surgimento de um enorme mercado clandestin­o

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