Russomanno larga com 29%, e Covas tem 20%, diz Datafolha
Deputado repete início de campanhas anteriores pela Prefeitura de SP; Boulos (9%) toma lugar do PT
Recém-chegado à corrida para a Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) lidera a primeira pesquisa do Datafolha para a eleição com 29% das intenções de voto. Atrás dele, o prefeito Bruno Covas (PSDB) alcança 20%.
É quase o mesmo índice daqueles que dizem que votarão em branco ou nulo (17%). Aparecem depois Guilherme Boulos (PSOL, 9%) e Márcio França (PSB, 8%).
O instituto ouviu presencialmente 1.092 eleitores nos dias 21 e 22 de setembro.
Ungido como a opção na cidade do presidente Jair Bolsonaro, Russomanno repete o desempenho que teve a essa altura nas campanhas de 2012 e 2016. Com 31% no início da disputa, pelo Datafolha, nos dois casos não chegou nem ao segundo turno.
Na pesquisa espontânea, onde não é apresentada lista de candidatos, Covas tem 8%, em empate técnico com Russomanno (5%) e Boulos (5%) —a margem de erro é de três pontos percentuais.
O cenário comprova a difícil situação do PT na capital.
Jilmar Tatto não era o preferido da cúpula, que queria Fernando Haddad no pleito.
Covas (31%), Levy Fidelix (PRTB, 30%) e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL, 28%) são os que, segundo a pesquisa, registram maior rejeição.
são paulo Recém-chegado à corrida para a Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) lidera a primeira pesquisa do Datafolha para a eleição com 29% das intenções de voto.
Atrás dele vem o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), com 20%, quase o mesmo índice daqueles que dizem que vão votar em branco ou nulo (17%).
Em terceiro lugar empatam Guilherme Boulos (PSOL, 9%) e o ex-governador paulista Márcio França (PSB, 8%). Não sabem responder 4%.
O Datafolha ouviu presencialmente 1.092 eleitores nos dias 21 e 22 de setembro.
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Ungido como candidato do presidente Jair Bolsonaro no pleito, Russomanno repete o desempenho que teve a essa altura da campanha nas duas eleições passadas.
Em 2012 e 2016, ele tinha 31% no início da campanha, segundo o Datafolha. Em ambos os casos, não chegou nem mesmo ao segundo turno.
Nove candidatos estão embolados na rabeira da disputa. Com 2% estão Jilmar Tatto (PT), Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota) e Vera Lúcia (PSTU).
Com 1% vêm Joice Hasselmann (PSL), Levy Fidelix (PRTB), Marina Helou (Rede), Orlando Silva (PC do B) e Filipe Sabará (Novo). Antônio Carlos Silva (PCO) não pontuou.
Em comum entre eles, abaixa densidade eleitoral neste momento. São nomes díspares, que incluem figuras experientes como Matarazzo e Orlando Silva e desconhecidas como Vera Lúcia e Marina.
Esses dados refletem a pesquisa estimulada, na qual alistade candidato sé apresentada.
Na espontânea, o prefeito Covas tem 8%, em empate técnico com Russomanno (5%) e Boulos (5%).
Russomanno tem seu melhor desempenho entre as donas de casa (41%), os mais pobres (36%) e os evangélicos (37%) —o seu partido é um braço da Igreja Universal do Reino de Deus.
O deputado era uma incerteza durante todo o ano, apesar de manter seu “recall” em pesquisas de intenção de voto.
Ele trabalhou para ser vice de Covas, um acerto que quase vingou, já que o Republicanos integrava tanto a prefeitura quanto o governo estadual tucanos.
Mas, nas últimas semanas, coma articulação em torno de Covas tomando ares de um ensaio para uma frente liderada por PSDB, MDB e DEM contra Bolsonaro em 2022, o presidente passou a incentivar sua candidatura.
No fim de semana, os dois fizeram tabelinha em redes sociais, mostrando uma afinidade que poderá ser expressa na forma de um apoio direto, algo que Bolsonaro tinha dito que não faria, para evitar sua exposição em caso de derrota.
Russomanno pontua pior entre os mais ricos (14% dos que ganham acima de 10 salários mínimos) e entre moradores da zona oeste da cidade (14%), uma área historicamente associada ao movimentos que se dizem progressistas.
Já o prefeito tem seu melhor desempenho entre pessoas com mais de 60 anos (28%), o que sugere uma memória afetiva de seu avô, Mário Covas (1930-2001), que foi prefeito da capital e governador.
Também é mais bem avaliado (29%) na região central da cidade. Seu pior desempenho ocorre entre pessoas de 25 a 34 anos, com 13% das intenções de voto.
O prefeito assumiu o cargo um ano e três meses após a posse como vice-prefeito de João Doria (PSDB), que deixou o cargo para vencer a eleição a governador.
Ele enfrentava resistência mesmo dentro do PSDB até o diagnóstico de um câncer no trato digestivo, que está em tratamento e que os médicos não consideram um impedimento para a campanha.
Sua popularidade aumentou e os rumores de um plano B foram suplantados.
O cenário comprova a difícil situação do PT, que sempre foi competitivo na cidade desde 1989, quando ganhou pela primeira vez com Luiza Erundina (hoje vice de Boulos).
Tatto não era o candidato preferido da cúpula partidária, que queria ver na disputa o ex-prefeito Fernando Haddad.
Figuras ligadas ao petismo têm demonstrado apoio ao candidato do PSOL. Com efeito, 6% dos simpatizantes do partido dizem que vão votar em Tatto, enquanto 16% querem Boulos prefeito e 32% deles, Russomanno.
O petista não consegue nem sequer pontuar entre os mais ricos, confirmando uma tendência verificada desde 2016, quando Haddad perdeu no primeiro turno. E tem 1% entre aqueles com ensino superior, usualmente mais próximos da esquerda.
Boulos ocupa os dois nichos, com 18% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos e 20% entre quem é mais instruído.
Márcio França, que derrotou Doria na capital quando tentou reeleger-se governador, tem uma distribuição de votos bastante homogênea.
Apesar de estar nominalmente numa sigla de centroesquerda, ele tem lançado acenos ao eleitorado que rejeita Doria e apoia Bolsonaro.
França já definiu como linha de campanha centrar fogo no governador tucano, que deixou a prefeitura nas mãos de Covas.
Os outros candidatos que buscavam apelar ao eleitorado conservador, por sua vez, estão no grande bloco do pé da tabela.
Entre eles, a deputada Joice, que foi a mulher mais votada para a Câmara na esteira da onda bolsonarista em 2018. Ela rompeu com o presidente no ano passado, e quase perdeu a legenda quando o Planalto tentou atrair o seu PSL, ex-partido de Bolsonaro, para a candidatura Russomanno.
A pesquisa foi encomendada pela Folha e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo sob o número 0659/2020.
Covas, Levy e Joice são os líderes no ranking de rejeição
Bruno Covas (PSDB), Levy Fidelix (PRTB) e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL) são os candidatos com o maior índice de rejeição na disputa municipal em São Paulo, diz o Datafolha.
Segundo o instituto, não votariam de jeito nenhum no atual prefeito tucano 31%. Outros 30% não apoiariam Levy e 28%, Joice. A margem de erro é de três pontos.
Tecnicamente empatado com a deputada federal está o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, rejeitado por 24%.
O candidato menos rejeitado nessa pulverizada disputa é Andrea Matarazzo (PSD), com 15%.
O líder em intenções de voto, Celso Russomanno, empata tecnicamente com Boulos, com 21% de rejeição por parte do eleitorado.
Ele e Covas são, de longe, os candidatos mais conhecidos —logo, não há esse fator para explorar em seu favor.
Conhecem o deputado 99% dos eleitores, enquanto 97% sabem quem é Covas.
Desses, 54% e 47%, respectivamente, dizem conhecer muito bem os candidatos.
O nome do Republicanos é conhecido um pouco por 27% dos ouvidos e apenas de ouvir falar por 18%.
No caso do prefeito tucano, os índices são 28% e 22%, respectivamente.
Veterano de outras eleições, inclusive para presidente, Levy Fidélix é conhecido por 73% e Márcio França, que ocupou o governo do estado quando Geraldo Alckmin (PSDB) disputou a Presidência, por 65%.
Na esquerda, Boulos guarda algum “recall” de sua campanha presidencial em 2018, com 46% de conhecimento por parte dos paulistanos.
Outro nome surgido naquele ano, o da deputada Joice, novamente empata com o nome do PSOL, agora no quesito da familiaridade do eleitor, com 44%.
Ambos são índices que animam marqueteiros, pela possibilidade de trabalhar o nome dos candidatos.
O mesmo em tese serve para Matarazzo, que, além da baixa rejeição, tem só 40% de conhecimento, apesar de estar na política desde os anos 1990.
O item é uma das poucas boas notícias nessa rodada do Datafolha para o petista Jilmar Tatto. Ele só é conhecido por 36% dos eleitores.
Desses, 8% dizem o conhecem bem e 12%, um pouco. Para 16%, ele é um nome de quem ouviram falar.
No pelotão da rabeira aferido pelo Datafolha, outros seis candidatos pontuam com abaixo dos 36% de conhecimento de Tatto.
Orlando Silva (PC do B), 34%, Vera Lúcia (PSTU), 26%, Marina Helou (Rede), 20%, empatada com Arthur do Val (Patriotas, 19%) —o último surgiu como um youtuber direitista, Mamãe Falei.
Já o nome mais desconhecido é o do candidato do PCO, Antônio Carlos Silva, com 15% na tabela.
Ele empata com Filipe Sabará (Novo), que deixou o governo de Doria com um discurso de adesão a Bolsonaro, maior rival de seu ex-chefe.