Dilema paterno
O lobby dos cartórios trabalha para que Jair Bolsonaro deixe passar um jabuti no texto da MP 983, exigindo que pequenas e microempresas sejam obrigadas a ter certificação digital para emitir notas fiscais eletrônicas. A novidade foi incluída na Câmara e ganhou parecer favorável de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Senado. O presidente indicou que vetaria o texto, contrariando o filho e atendendo a apelo da área técnica do Ministério da Economia, mas pediu mais 24h para pensar.
delay
Representantes do Sebrae buscaram Flávio para convencê-lo a descartar a inovação. Foram informados de que o senador não faria a mexida para não atrasar a tramitação. Havia tempo: a MP só caducaria em 14 de outubro.
a alma...
A Brasil Paralelo, produtora de vídeos predileta do bolsonarismo, gastou R$ 319 mil em anúncios no Facebook entre agosto e setembro. Muitos deles são apelos por assinaturas, para não deixar a empresa morrer.
...do negócio
As produções têm centenas de milhares de visualizações e recebem menções elogiosas do presidente, seus filhos e aliados, como Olavo de Carvalho. Já trataram do golpe de 1964, educação e pandemia, por exemplo, sempre com viés conservador.
eldorado
Lucas Ferrugem, um dos sócios, diz que a produtora, que começou modestamente no RS, tem hoje cerca de 115 mil membros, com planos de R$ 10 ou R$ 49 mensais. A meta é chegar a 1 milhão até 2022. A empresa diz não receber dinheiro público.
recuo
Onyx Lorenzoni (Cidadania) desistiu de nomear Felipe Cascaes como consultor jurídico da pasta. A indicação havia provocado a fúria de advogados da União, uma vez que essa vaga é destinada a servidores da corporação.
dna
Cascaes chegou ao governo pelas mãos do MDB de Eduardo Cunha, em 2016. Depois, manteve cargo no Planalto por Onyx. Nesta quarta (23), após questionamento do Painel, foi publicada nova nomeação, dessa vez para a assessoria especial de Onyx.
retranca
Em audiência com deputados da oposição, presidentes de clubes de futebol que pressionam pela votação da MP do Mandante se disseram contra o fim da mediação dos sindicatos no repasse do direito de arena aos jogadores (5% sobre exploração de imagem). Disseram não ter interesse em administrar os valores.
cuba
O Datafolha mostra que Márcio França (PSB) terá trabalho em sua estratégia de se mostrar palatável aos bolsonaristas. Ele obteve apenas 10% entre quem apoia o presidente. Ser o anti-Doria também ainda não funcionou: marcou 9% no grupo que rejeita o governador.
radical
Já Guilherme Boulos (PSOL) está conseguindo emplacar sua linha de se apresentar como a linha de frente da oposição ao presidente na cidade. No grupo de eleitores que rejeitam Bolsonaro, seu índice é de 18%.
quem?
A pesquisa mostra Jilmar Tatto (PT) desconhecido entre os mais pobres, apesar de apresentar como trunfo ser da periferia. Não sabem quem ele é 70% dos que têm renda até 2 salários mínimos, e 71% dos com ensino fundamental.
bigamia
Aliados de Filipe Sabará (Novo), alvo de ataques internos, reclamam da presença de um “infiltrado” do MBL na campanha. Paulo Henrique Bueno, assessor jurídico da liderança do Novo na Assembleia, é também advogado eleitoral de Arthur do Val (Patriota), ligado ao movimento.
parça
Arthur, conhecido como Mamãe Falei, diz que Bueno é apenas “um amigo” e nega a acusação de que faça dupla militância. Daniel José, líder do Novo, diz que ele será exonerado durante a campanha, que começa domingo.
só love
O PSOL identificou aumento nas buscas no Google por “Boulos + invasor” desde domingo (20), quando saiu a pesquisa Ibope que deu 8% ao candidato. Para fazer frente, a pré-campanha criou uma central de combate a fake news no Instagram, apelidada de “gabinete do amor”.
povo fala
A Rede permitirá que seus eleitores participem da distribuição do fundo eleitoral entre os candidatos a vereador em SP. Eles poderão se cadastrar em um site da plataforma Voto Legal e escolher quem vai receber os recursos.
A preferência etílica do presidente não é critério para indicar ministro ao STF. Espero que o Congresso responda à altura
De Hugo Leonardo, do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), sobre Bolsonaro querer nomear ao STF alguém com quem ‘tome cerveja’