Alabama contribui para estatística de tiroteios em escolas que assombra EUA
bauru (sp) Os tiros começaram numa noite de sexta-feira, em agosto de 2019, quando centenas de jovens assistiam a um jogo de futebol americano entre dois times universitários em uma escola de Mobile, no Alabama. Um adolescente de 17 anos disparou e feriu ao menos menos nove pessoas, com idades entre 15 e 18 anos.
Embora tenha uma legislação específica que proíbe o porte de armas de fogo em escolas públicas —mas não em universidades—, o estado do Alabama contabiliza 47 casos de tiroteios em colégios e contribui para um conjunto de estatísticas que assombra os Estados Unidos.
De acordo com levantamento do Centro de Defesa e Segurança Interna (CHDS), ligado ao governo americano, 566 pessoas morreram e 1.557 ficaram feridas nos mais de 1.500 casos de violência envolvendo armas de fogo em escolas desde 1970.
Os estados com o maior número de incidentes nesse período são também os mais populosos, como a Califórnia e o Texas. Mas na comparação proporcional ao tamanho da população, o Alabama aparece na quarta posição entre os estados com maior ocorrência de episódios de violência nas escolas.
São 9,8 casos de tiroteio a cada milhão de habitantes, número que supera a taxa em Maryland (8,3) e fica atrás de Delaware (10,3) e Louisiana (11). No topo da lista, está o Distrito de Columbia (38,3), onde fica a capital dos EUA, Washington.
Na disputa pelo cargo na Casa Branca, Donald Trump e seu principal adversário, Joe Biden, ocupam posições distintas em relação às práticas para prevenção de tiroteios em escolas.
Em seu programa de campanha, o democrata menciona um conjunto de propostas legislativas coordenadas por ele enquanto ocupava a vice-presidência no governo de Barack Obama.
Se for eleito presidente, o democrata promete criar uma força-tarefa com o objetivo de identificar a “conexão entre tiroteios em massa, assédio online, extremismo e violência contra mulheres”.
Do outro lado, Trump, como presidente, relacionou tiroteios em escolas a eventuais problemas de saúde mental dos atiradores e evitou falar em mais rigidez no controle do acesso às armas. Em 2018, quando um jovem de 19 anos matou 17 pessoas em uma escola de Parkland, na Flórida, o republicano chegou a sugerir que a solução seria armar os professores.
O site da campanha de Trump não menciona casos de violência nas escolas e propostas específicas sobre o tema, mas lista como “promessas cumpridas” o reforço no sistema de checagem de antecedentes de proprietários de armas e a criação de uma comissão para discutir soluções a longo prazo sobre o armamento da população.
Críticos de seu governo apontam que a inação do presidente é resultado do lobby pró-armas de grupos e instituições, responsáveis por doações milionárias à campanha do republicano e formadoras de um dos pilares de sua base de apoiadores.