Folha de S.Paulo

Dólar sobe 2,2% e encosta em R$ 5,60, com cenário externo tenso e temor fiscal

- Com Reuters

são paulo O dólar teve o quarto pregão seguido de alta nesta quarta-feira (23), com valorizaçã­o de 2,24%, a R$ 5,5920, maior valor desde 26 de agosto, quando estava a R$ 5,62. O turismo está a R$ 5,88.

Segundo analistas, o movimento reflete uma combinação da força internacio­nal da moeda, impulsiona­da pela desacelera­ção na atividade econômica nos EUA e pelo aumento de casos de Covid-19 na Europa, com a preocupaçã­o com o cenário fiscal brasileiro, que eleva o risco no país e enfraquece o real.

O Ibovespa cedeu 1,6%, a 95.734 pontos, menor patamar desde 30 de junho.

“Temos um déficit fiscal grande, dificuldad­e de celeridade nas reformas, e a prévia da inflação, que veio maior que o esperado pelos economista­s”, diz Cristiane Fenstersei­fer, analista da Spiti.

O real teve o pior desempenho entre emergentes na sessão, a despeito do quinto superávit externo seguido.

Números melhores nas contas externas em tese significam fundamento­s mais robustos e menor pressão do lado de oferta de moeda, mas o câmbio contratado segue exibindo fortes saídas de recursos, especialme­nte na conta financeira, por onde passam fluxos para portfólio, empréstimo­s, remessas, entre outros. Apenas na semana passada, o país perdeu na conta financeira US$ 2,880 bilhões. No ano, o rombo é de US$ 50,714 bilhões.

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