Folha de S.Paulo

Morre, aos 93 anos, a cantora francesa Juliette Gréco

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paris | afp A cantora francesa Juliette Gréco, considerad­a a musa dos existencia­listas nos anos 1950 e famosa por cantar músicas de Léo Ferré, Jacques Prévert e Serge Gainsbourg, morreu nesta quarta-feira, aos 93 anos. A informação foi anunciada pela família da artista à agência de notícias AFP.

Segundo o comunicado, a francesa “morreu cercada por sua família em sua amada casa em Ramatuelle [sudeste da França]” e teve uma “vida extraordin­ária”.

Em entrevista à Folha em 2014, ano em que lançou um álbum em homenagem ao belga Jacques Brel, a cantora relembrou sua passagem pelo Brasil, quando ela era jovem, com apenas 23 anos de idade.

“Fui ao Brasil há muito tempo e encontrei gente extraordin­ária. Há uma música do folclore, ‘Juazeiro, Juazeiro’”, disse ela. “Adoro isso! A música brasileira é de coração e de sentimento. E bem, uma música de músicos.”

Convidada pelo barão austríaco Max von Stuckart, dono da revista Vogue, para uma temporada curta no Rio de Janeiro, ela acabou passando três meses na cidade.

Fez tanto sucesso que estrelou um ensaio (“ridículo, mas engraçado”) do fotógrafo francês radicado no Brasil Jean Manzon, para a revista Paris Match, no qual ela dirigia um luxuoso Cadillac.

Na semana da posse de Getúlio Vargas, em 1951, Gréco cantou para o então presidente a música “La Rue des Blancs-Manteaux”.

A carreira de Gréco, repleta de sucessos, se estendeu por meio século, até 2016, quando ela sofreu um acidente cardiovasc­ular e ainda enfrentou o luto pela morte de sua filha, Laurence-Marie.

“Sinto muita falta. Minha razão de ser é cantar! Cantar é o máximo, você usa o corpo, o instinto, a mente”, disse a cantora, em uma entrevista publicada em julho deste ano.

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AFP A musa dos existencia­listas Juliette Gréco, em 1968

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