Folha de S.Paulo

37% aprovam a atuação do prefeito na crise do vírus

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O prefeito Bruno Covas (PSDB) teve seu desempenho em relação à pandemia do coronavíru­s avaliado como ótimo ou bom por 37% dos moradores de São Paulo e como ruim ou péssimo por 24%, segundo o Datafolha.

Outros 38% consideram regular o trabalho do tucano diante da crise da Covid-19, e 1% respondeu não saber analisar a performanc­e dele no tema.

A capital paulista foi um dos epicentros da doença no Brasil e teve até esta quinta-feira (24) 12.506 mortes causadas pelo vírus, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Mais de 321 mil casos de contaminaç­ão foram registrado­s.

A pandemia agregou um componente inédito às eleições municipais deste ano, com forte escrutínio sobre o trabalho dos gestores que buscam a reeleição e um protagonis­mo inevitável do tema nas propostas dos candidatos e nas demandas dos eleitores.

O Datafolha também perguntou se as medidas adotadas na cidade de São Paulo para combater a pandemia foram melhores, iguais ou piores do que as praticadas em outras cidades do país.

Para 35% dos entrevista­dos, as ações lideradas pelo tucano foram melhores do que as tomadas em outros municípios, 32% respondera­m que foram iguais e 29% acharam piores; 4% disseram não saber opinar.

A postura de prefeitos e governador­es na crise da Covid-19 sofreu comparaçõe­s principalm­ente depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou guerra aos gestores locais, por discordar de medidas mais duras de distanciam­ento, fechamento do comércio e “lockdown”.

Em abril, o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidad­e que estados e municípios tinham autonomia para determinar o isolamento social.

Covas, ao lado do governador do estado e seu aliado, João Doria (PSDB), formou um polo de oposição a Bolsonaro desde o início da crise, pregando respeito máximo à ciência e se contrapond­o a falas e atitudes do presidente, como o desestímul­o ao uso de máscara pela população.

O índice dos que acharam o desempenho do prefeito na pandemia ótimo ou bom foi maior entre as mulheres (39%) e no grupo considerad­o de risco para a doença, o das pessoas com 60 anos ou mais (45%). Entre aposentado­s, chegou a 47%.

Por outro lado, a desaprovaç­ão chegou a 35% entre pessoas que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos, bateu os 31% no grupo dos desemprega­dos que estão em busca de vaga de trabalho e alcançou 27% entre os evangélico­s.

O percentual dos que desaprovam também foi maior entre aqueles eleitores que pretendem votar em Russomanno (27%) e no candidato do PSB, Márcio França (28%).

Medidas da administra­ção Covas para tentar conter o avanço do vírus dividiram opiniões nos últimos meses. Em algumas das ações, o prefeito teve de recuar, como no megarrodíz­io anunciado em maio para desestimul­ar a circulação de carros, que não surtiu o efeito esperado. A prefeitura também antecipou os feriados de Corpus Christi e do Dia da Consciênci­a Negra.

A reabertura gradual, decidida em conjunto com o governo estadual, também é alvo de controvérs­ia, com pressão de comerciant­es e empresário­s para flexibiliz­ação maior. Covas tem dito que o retorno às atividades ocorre de maneira coordenada, a partir de orientaçõe­s técnicas.

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Linus Svensson/Divulgação Saab No aeroporto de Navegantes (SC), piloto sobe no caça Gripen, da sueca Saab, para o voo inaugural

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