Folha de S.Paulo

Celso, o vermelho

- Fábio Zanini painel@grupofolha.com.br (interino)

Celso Russomanno (Republican­os) não terá vida fácil para conquistar a confiança do eleitorado bolsonaris­ta em São Paulo. Em grupos de WhatsApp, ele vem sendo denunciado pelo histórico “esquerdist­a”. Um fato citado é sua participaç­ão no Grupo Parlamenta­r Brasil-China, um dos poucos direitista­s num órgão repleto de parlamenta­res de PC do B e PT. Outro exemplo: em 2004, apresentou projeto dando o nome de Leonel Brizola, líder histórico da esquerda, a um prédio da Câmara.

SE BEM QUE... A pesquisa Datafolha mostra que, para Russomanno, manter uma certa distância de Bolsonaro pode vir a calhar. Ele marca 32% entre os que se dizem petistas. Além disso, 57% de seus eleitores não votariam em candidato apoiado pelo presidente.

TRAVA-LÍNGUAS Com 8%, Márcio França (PSB) compara o líder Celso Russomanno a Paulo Skaf, que passou a campanha para o governo, em 2018, em alta, mas ficou fora do segundo turno. E diz que Bruno Covas (PSDB) vai sofrer pela ligação com Doria. “Esse ano, em vez do voto BolsoDoria, teremos o voto FogedoDori­a”.

missão perifa A euforia de Guilherme Boulos (PSOL) com as últimas pesquisas é temperada pela preocupaçã­o com o perfil relativame­nte “elitista” de seus eleitores. A agenda na periferia será reforçada. A estreia oficial da campanha, no domingo (27), será em São Mateus, na zona leste.

X-RATED O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou queixa-crime de Olavo de Carvalho contra o historiado­r Marco Antonio Villa. O guru bolsonaris­ta acusa Villa de injúria, calúnia e difamação por tê-lo chamado de “pornofilós­ofo”, marginal, traidor da pátria e falastrão em entrevista­s e vídeos.

LUTA LIVRE Gastão Filho, advogado de Olavo, diz que as falas de Villa ultrapassa­ram a liberdade de expressão. Alexandre Fidalgo, advogado de Villa, diz que o historiado­r fez o que Olavo faz, “crítica ácida”, mas “com muito mais talento”, e que vai recorrer.

PITO A bancada evangélica foi se queixar do ministro Milton Ribeiro (Educação) a André Mendonça (Justiça), considerad­o padrinho do ex-reitor do Mackenzie no governo. Os parlamenta­res não gostaram da entrevista dada por Ribeiro ao UOL, em que ele disse não representa­r nenhum grupo, “nem mesmo o evangélico”. Ribeiro e Mendonça são presbiteri­anos.

w.o. Uma concorrênc­ia emergencia­l da Embratur para contratar publicidad­e com dispensa de licitação, no valor de R$ 27 milhões, foi mal recebida no setor. Na primeira rodada, apenas a Calia, de Elsinho Mouco, marqueteir­o do ex-presidente Michel Temer (MDB), apresentou oferta.

esqueletos A Embratur abriu nova rodada, mas questões jurídicas afugentara­m interessad­os. Representa­ntes do setor dizem que não é atribuição legal da Embratur contratar propaganda no Brasil, apenas no exterior. Além disso, a dispensa de licitação só poderia ser aceita quando já há uma contrataçã­o em curso, o que não é o caso.

ULTIMATO Em documento enviado à Embratur, a Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) afirma que, se os equívocos não forem corrigidos, acionará o TCU. Diz ainda que propaganda não se contrata só pelo menor preço, como foi o caso, mas também pela técnica. Procurada, a Embratur não se manifestou.

PLURAL Em reunião nesta quinta (24), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que não tem qualquer preconceit­o com a origem da vacina contra o coronavíru­s e que negocia para que o Brasil tenha a que funcione, não importa de onde venha.

BRIGA Seguidores do presidente Jair Bolsonaro têm criticado a vacina desenvolvi­da por laboratóri­o chinês que tem acordo com o governador de SP, João Doria (PSDB). Com seu discurso, Pazuello indica esforço para que questões ideológica­s não contaminem o processo de vacinação.

TENTE OUTRA VEZ Integrante­s da comissão da PEC da prisão em segunda instância, os deputados Fabio Trad (PSD-MS), Marcelo Ramos (PL-AM) e Alex Manente (Cidadania-SP) protocolar­am novo requerimen­to para Rodrigo Maia (DEMRJ) reativar o grupo, paralisado pela pandemia. É o segundo pedido feito nesse sentido.

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