Folha de S.Paulo

Bolsonaro fará cirurgia para retirada de cálculo na bexiga

- Gustavo Uribe e Daniel Carvalho

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), 65, será submetido nesta sexta-feira (25) a uma cirurgia para a retirada de um cálculo na bexiga.

O procedimen­to deve ser realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, embora, no início da semana, a previsão era que a cirurgia ocorresse em outro hospital, o Vila Nova Star, da Rede D’Or São Luiz, também na capital paulista.

A previsão é que a retirada seja feita por meio da uretra, sem cortes, e que o presidente volte à capital federal já neste sábado (26).

Bolsonaro anunciou no início deste mês, em conversa com um grupo de apoiadores, que faria a cirurgia.

Na frente do Palácio da Alvorada, ele disse que tem o cálculo, “maior do que um grão de feijão”, há mais de cinco anos, depois de uma apoiadora perguntar se o presidente estava bebendo mais água.

“Eu não estou com cálculo renal, não. Este cálculo aqui é de estimação. Eu tenho há mais de cinco anos, maior do que um grão de feijão. E resolvi tirar porque deve estar aí ferindo internamen­te a bexiga”, afirmou, na ocasião.

Nesta quinta-feira (24), Bolsonaro teve agendas na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e na Polícia Rodoviária Federal, no

Rio de Janeiro. De lá, ele seguiu para São Paulo.

O Palácio do Planalto confirmou que a cirurgia será realizada nesta sexta e disse que o procedimen­to é simples.

A assessoria não informou horário e local da operação alegando questões de segurança do presidente da República, embora ele mesmo costume dar informaçõe­s de suas agendas, antecipada­mente, em transmissõ­es na internet e em conversas com apoiadores na porta do Alvorada.

Também foi informado pelo governo que Bolsonaro retomará sua agenda de trabalho na próxima segunda-feira (28), quando está prevista uma reunião para definir a proposta que o Executivo apresentar­á ao Congresso para criar um novo imposto nos moldes da antiga CPMF, no âmbito da reforma tributária.

O presidente já passou por quatro cirurgias em dois anos.

A primeira foi realizada quando, ainda candidato ao Palácio do Planalto, ele sofreu um atentado a faca durante caminhada de campanha em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018.

Dias depois, em 12 de setembro, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emergência no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde foi transferid­o um dia após o atentado em Minas.

O resultado de uma tomografia levou a equipe médica a fazer um novo procedimen­to, no qual foram retiradas aderências que obstruíam o intestino delgado do paciente.

Já tendo assumido como presidente, em janeiro de 2019, Bolsonaro fez mais uma intervençã­o cirúrgica, com sete horas de duração, para retirada da bolsa de colostomia colocada depois do atentado.

A cirurgia mais recente foi realizada em 8 de setembro do ano passado, quando médicos corrigiram uma hérnia na região do abdome em decorrênci­a das múltiplas incisões feitas no local.

Em julho, o presidente afirmou que havia contraído o novo coronavíru­s. “Estou perfeitame­nte bem”, afirmou em entrevista, ao anunciar o resultado positivo do exame —feito

depois que ele apresentou sintomas leves de Covid-19: febre baixa e tosse.

Bolsonaro costuma exaltar com frequência suas condições físicas. Em março, em pronunciam­ento na TV, disse que, pelo seu “histórico de atleta”, se fosse contaminad­o pelo coronavíru­s não precisaria se preocupar —“nada sentiria ou seria acometido, quando muito, de uma gripezinha ou resfriadin­ho”.

Ele voltou ao assunto em outras vezes, como em 24 de agosto, em um evento sobre a doença: “O pessoal da imprensa vai para o deboche [na frase do histórico de atleta]. Mas quando [a Covid] pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é menor”.

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