Pantanal tem mês com maior número de queimadas
O mês de setembro de 2020, mesmo ainda não completo, já tem o maior registro de queimadas na história do Pantanal. Até dia 23, foram registrados 6.048 incêndios no bioma, segundo o Programa Queimadas, do Inpe.
O recorde total anterior era de agosto de 2005, com 5.993 focos de calor. Em seguida, aparece o mês de agosto de 2020, com 5.935 focos. No último dia 16, o número de focos de calor no bioma já superava qualquer valor registrado em meses de setembro anteriores. O Inpe faz o monitoramento das queimadas no país desde 1998.
O Pantanal passa pela pior seca em 60 anos, segundo o Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Havia meses a situação já se mostrava crítica. O período mais úmido do Pantanal teve pouca chuva e 2020 teve o primeiro semestre com maior número de queimadas no bioma. Julho também teve o maior registro de fogo e agosto manteve elevado número de focos de calor.
As chamas no Pantanal já consumiram mais de 21% do bioma desde o início do ano.
Investigações e dados de satélite apontam que queimadas iniciadas em nove fazendas consumiram 141 mil hectares do Pantanal. Os focos de incêndio iniciados em quatro delas, identificadas pela PF (Polícia Federal), na Operação Matáá, consumiram 25 mil hectares. As outras cinco propriedades rurais se localizam em Mato Grosso e desataram incêndios que destruíram 116.773 hectares.
O levantamento é da ONG Repórter Brasil após cruzamento de dados do Instituto Centro de Vida (ICV) com os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Agosto e setembro são historicamente os meses mais críticos em relação a fogo no Pantanal e em outros biomas brasileiros, que também estão sofrendo com incêndios.