Folha de S.Paulo

Jovem cineasta paulista, defendeu direitos humanos

GUILHERME FRANCO PINTO (1994-2020)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

Dar continuida­de aos projetos que a juventude, o talento e a dedicação permitiram não era o principal objetivo de Guilherme Franco, jornalista, curador, cineasta, diretor, roteirista e artista.

Segundo sua mãe, a professora Maria Luisa de Moraes Pinto, 55, ele dizia que queria viver porque ainda tinha muita gente para ajudar.

A solidaried­ade virou sua marca registrada na infância. Aos nove, Guilherme já trabalhava em festas beneficent­es ao lado de uma tia.

O câncer interrompe­u o caminho de sonhos e vitórias em 21 de setembro, aos 26 anos.

Guilherme nasceu em Socorro (134 km de SP). Veio à capital paulista para fazer faculdade. Se envolveu em vários projetos de conteúdo audiovisua­l, inclusive no exterior.

Estava finalizand­o seu segundo curta-metragem e produzindo e dirigindo uma websérie sobre Festivais de Cinema para o Cinemascop­e.

“Laura”, seu primeiro filme, foi rodado em Portugal e circulou em festivais ao redor do mundo. Em 2018, o curta venceu na categoria Melhor Roteiro no DreaManila Internatio­nal Film Festival, nas Filipinas.

Outro curta de Guilherme estava na fase de pós-produção. Ele fazia mestrado em Multimeios na Unicamp pesquisand­o cinematogr­afia e LGBTQI e discurso de ódio.

No Rotaract Club de Socorro, idealizou o Prêmio Rotaract de Direitos Humanos.

De acordo com Maria Luisa, estava em seus planos terminar de escrever dois livros e produzir um documentár­io sobre a discrimina­ção sofrida pelos doentes de câncer.

“O Guilherme era um ser cheio de luz e paz. Ele não admitia nenhum tipo de discrimina­ção e queria o bem de todos, principalm­ente dos idosos, que tratava como filhos.

Nunca viu maldade nas pessoas”, diz Maria Luisa.

Carinhoso com a família, Guilherme era incentivad­or dos estudos e do progresso. Deixa os pais e dois irmãos.

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