Brasil ganha mais dois restaurantes com duas estrelas no Guia Michelin
O paulistano Ryo e o carioca Oteque sobem na avaliação; país continua sem representante com a nota máxima, três estrelas
“É um objetivo que eu tinha traçado depois que fechei a casa para reforma, no ano passado. Agora, com a segunda estrela, é hora de dar a partida para buscar a terceira Edson Yamashita, chef do Ryo Gastronomia
são paulo Boa notícia: temos mais dois restaurantes com duas estrelas no Guia Michelin no país, o paulistano Ryo e o carioca Oteque. Agora são quatro, com o D.O.M., em São Paulo, e o Oro, no Rio.
Má notícia: seguimos sem representantes três estrelas, a classificação máxima do guia centenário.
Além disso, nenhum endereço novo foi incluído na constelação de estrelas do Michelin brasileiro. No total, o Brasil reúne 14 casas estreladas: dez com uma e quatro com duas.
O chef Edson Yamashita, do japonês Ryo, comemora a novidade. “É um objetivo que eu tinha traçado depois que eu fechei a casa para reforma, no ano passado. Agora, com a segunda estrela, é hora de dar a partida para buscar a terceira”, disse.
Depois da reformulação, o Ryo só serve menu degustação e diminuiu a capacidade de 50 para apenas oito clientes. Ainda fechada pela quarentena, a casa reabrirá em duas semanas.
Essas são as novidades da edição 2020 do mais importante guia de restaurantes do mundo, anunciadas na noite desta sexta (25) em evento adaptado para o novo normal dos tempos de pandemia: com uma live transmitida no canal da publicação no YouTube.
O evento virtual conectou Brasil e França, com a apresentadora Didi Wagner fazendo os anúncios do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, junto a Gwendal Poullennec, o diretor internacional da publicação, de Paris.
Até a conhecida capa vermelha da brochura ficou no passado. Neste ano, a publicação ficará disponível exclusivamente no aplicativo do Guia Michelin Brasil, disponível gratuitamente para Android e iOS.
O Brasil é o único país da América Latina coberto pelo Michelin, que avalia restaurantes de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Talvez a maior falta diga respeito ao Tuju, duas estrelas no ano passado e que deixou de figurar em 2020 —a casa está com as portas fechadas e pretende reabrir apenas no final do próximo ano.
Três restaurante saíram da publicação, pois tinham uma estrela e a perderam. São dois paulistanos, o Kosushi e o Tangará Jean-Georges, e um carioca, o Olympe.
Já a categoria Bib Gourmand, que elege estabelecimentos de “excelente relação qualidade/preço”, lista, agora, 39 opções —dez delas, novas.
Do Rio de Janeiro, são novidades o Didier e o Maria e o Boi. Das casas paulistanas, entraram AE! Cozinha, Ama.zo, Banzeiro, Cepa, Charco, Kith 2º Andar, Nit e Più Iguatemi.
Saíram da seleção os paulistanos Jiquitaia e La Peruana, além do carioca Pomodorino. Os dois últimos encerraram as atividades.
O Jiquitaia, por sua vez, mudou de endereço em agosto — saiu da região do Baixo Augusta e se mudou para o Paraíso.
Em 2019, os destaques haviam sido os cariocas Oteque e Cipriani, além do paulistano Evvai, que conquistaram a primeira estrela no Guia. Também houveram duas baixas naquele ano, com os restaurantes Fasano e Dalva e Dito, de São Paulo, deixando a lista.
Para fazer a avaliação, os inspetores do guia visitam anonimamente os estabelecimentos, avaliando receitas com base em cinco critérios. São eles: qualidade do ingrediente, personalidade do chef, técnicas de cozimento e harmonia de sabores, custo-benefício e, finalmente, regularidade.
No evento de anúncio da seleção de 2020, a apresentadora Didi Wagner afirmou que as visitas para avaliação foram feitas antes da pandemia.
As cotações podem ser três estrelas (cozinha excepcional), duas estrelas (excelente) e uma estrela (requintada).
O guia foi criado pelos irmãos Edouard e André Michelin em 1900, na França, com informações de onde abastecer e consertar o carro, onde comer e se hospedar.
A edição brasileira é a única que acontece na América do Sul.