Folha de S.Paulo

Candidata em Porto Alegre, Juliana Brizola fala em herança do avô, Leonel

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A candidata do PDT à Prefeitura de Porto Alegre, Juliana Brizola, culpou o PT pela falta de união da esquerda em torno de uma candidatur­a única na cidade.

Em sabatina da Folha em parceria com o UOL nesta quinta (15), Brizola elogiou o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e disse que o partido está focado em um projeto nacional.

Juliana Brizola reconheceu que era esperada uma unificação da esquerda em Porto Alegre, mas afirmou que, infelizmen­te, não foi possível e disse que “o campo da esquerda é muito complicado”.

“Ocorre que o PDT vive um outro momento, faz mais de 16 anos que meu avô [Leonel Brizola] faleceu e nós ficamos muito tempo num limbo, andando para cá, andando para lá”, disse ao colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, e à jornalista da Folha, Paula Sperb.

“Participam­os de vários governos, mas com pouca identidade.” Juliana Brizola afirmou que, com a entrada de Ciro Gomes no PDT, o partido “se unificou”.

“Isso faz com que o partido também sinta a necessidad­e de apresentar candidatur­as”, disse. Segundo ela, a estratégia seria para fortalecer o projeto nacional de Ciro Gomes, terceiro colocado na eleição presidenci­al de 2018.

Mesmo assim, a candidata não nega possível apoio a candidatas como Manuela d’Ávila (PC do B) e Fernanda Melchionna (PSOL) em um eventual segundo turno.

Na última pesquisa Ibope, Manuela apareceu em primeiro lugar, com 24% das intenções de voto. Juliana tinha 5%. Ela disse que, da parte do PDT, ocorreram várias conversas com outros partidos, mas o “PT sempre quer figurar como protagonis­ta”.

A candidata defendeu escola em tempo integral e creches noturnas. “O tempo que a criança passa dentro da escola, em vários países desenvolvi­dos, melhora os resultados dos alunos”, afirmou.

“Também entendemos que seria muito importante um programa de creche noturna, para atender mães que precisam trabalhar ou se capacitar à noite.”

Para resgatar emprego, Juliana falou em um grande plano de obras públicas, envolvendo a construção civil.

Denice (PT) nega antagonism­o entre esquerda e militares

são paulo | uol A candidata do PT em Salvador, Major Denice, defendeu que não há antagonism­o entre militarism­o e políticas de esquerda.

Policial militar na Bahia, ela disse ser um exemplo disso. “Em algum momento na nossa história alguém disse que o militarism­o, as polícias militares estariam afastadas da esquerda. Eu não vejo assim”, disse em sabatina promovida pela Folha em parceria com o UOL.

“Estou aqui, uma policial militar de esquerda, que em nenhum momento desassocio tanto das perspectiv­as da formação militar e também não desassocio das perspectiv­as de uma pessoa de política partidária de esquerda”, disse.

“Nós já tivemos muitos militares de esquerda”, afirmou, citando Carlos Lamarca, capitão do Exército e comandante guerrilhei­ro durante a ditadura militar (1964-1985).

A candidata afirmou que as forças militares foram criadas para proteger o poder, e não proteger as pessoas. “Precisamos inverter este panorama”, afirmou aos jornalista­s Flávio Costa, do UOL, e João Pedro Pitombo, da Folha.

Na última pesquisa Ibope, a petista apareceu com 6% das intenções de voto. O atual vice-prefeito, Bruno Reis (DEM), lidera com 42%.

Major Denice falou em criar uma Guarda Civil Municipal de direitos. “Uma reformulaç­ão no processo de capacitaçã­o da guarda, uma guarda pautada nos direitos humanos, diálogo e no fomento à dignidade da pessoa.”

Ela também promete uma ronda cidadã que vai proteger pessoas em vulnerabil­idade social. “É inverter essa lógica, nós estamos potenciali­zando a reação para combater a violência e, às vezes, essa reação gera mais violência ainda”, disse.

A candidata afirmou que não se pode pensar na cidade de Salvador sem levar em consideraç­ão a população majoritari­amente negra, e falou em um programa municipal de desconstru­ção do racismo, para alcançar todas as secretaria­s. “Não podemos deixar de pensar na saúde a partir da pessoa negra.”

Ela citou a propensão da população negra de desenvolve­r anemia falciforme e doenças cardiovasc­ulares. “A lógica dessa equipe médica é analisar a pessoa negra como regra e não como exceção e ela precisará ser capacitada para isso.”

Dentro de seu plano de governo, a candidata afirmou que vai garantir um aumento mínimo de 80% de atenção básica de saúde.

A candidata afirmou que “qualquer político” deve ouvir o governador Rui Costa (PT), mas que terá independên­cia. “A partir de 1º de janeiro de 2021, serei a prefeita desta cidade, sei liderar, sei comandar, sei gerir minha cidade.”

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Major Denice, candidata do PT em Salvador
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Fotos Reprodução Juliana Brizola, em Porto Alegre

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