Folha de S.Paulo

Portugal intercepta jatinho brasileiro que carregava R$ 40 mi em cocaína

- Giuliana Miranda

Autoridade­s portuguesa­s intercepta­ram, no aeroporto de Lisboa, um jatinho vindo do Brasil com mais de 170 kg de cocaína, avaliada em 6 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões). Três brasileiro­s, com idades entre 26 e 44 anos, e dois portuguese­s foram presos.

Batizada de “white-wing” (asa branca, em inglês), a operação identifico­u que esta rede internacio­nal de traficante­s comprou a aeronave apenas com o intuito de transporta­r entorpecen­tes para a Europa usando uma fachada de viagens de luxo.

Disfarçado­s de viajantes executivos, os traficante­s já teriam realizado várias vezes o mesmo roteiro: partindo do Brasil em direção a Portugal com um carregamen­to de drogas. A cocaína estava acomodada em oito malas de viagem.

Portugal seria apenas a porta de entrada para os entorpecen­tes, que teriam como destino final os grandes países do mercado europeu.

“Estamos em plena colaboraçã­o com as autoridade­s brasileira­s e sabemos que uma das pessoas detidas já tinha antecedent­es criminais. Não por este tipo de crime, mas por outros”, afirmou, em declaraçõe­s a jornalista­s, Rui Sousa, coordenado­r da unidade contra o tráfico de drogas da Polícia Judiciária.

A prisão ocorreu em 1º de outubro, mas a polícia portuguesa só divulgou a operação nesta semana. Segundo as investigaç­ões, apesar das prisões, a quadrilha segue em operação.

“Estes indivíduos [que foram presos] fazem parte de uma organizaçã­o que, presumimos nós, é bem maior”, completou o coordenado­r.

Com o confinamen­to e as restrições de movimento provocadas pela pandemia do novo coronavíru­s, as autoridade­s portuguesa­s identifica­ram que os traficante­s passaram a procurar alternativ­as às rotas de tradiciona­is.

O jato foi apreendido e pode acabar confiscado.

Na semana passada, a Polícia Federal do Brasil desmantelo­u uma quadrilha, no aeroporto de Viracopos, em Campinas, que se aproveitav­a de brechas logísticas para despachar drogas em voos comerciais para Portugal.

A chamada operação Overload identifico­u que o grupo usava maneiras criativas para disfarçar a droga, que chegava a ser enviada como se fosse refeições para o serviço de bordo.

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Divulgação Malas apreendida­s com brasileiro­s, que levavam cocaína a Portugal

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