Após demitir Luxemburgo, presidente do Palmeiras fala em buscar conceito
Buscar um conceito e definir uma filosofia de trabalho foram os termos mais repetidos pelo presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, na entrevista coletiva desta quinta-feira (15), dia seguinte à demissão do técnico Vanderlei Luxemburgo. O treinador não resistiu à derrota por 3 a 1 para o Coritiba, no Allianz Parque, na quarta-feira (14).
Ao lado do diretor de futebol, Anderson Barros, Galiotte disse que o elenco pode render bem mais. A equipe está há três rodadas estacionada nos 22 pontos, em sétimo lugar na tabela após 15 jogos, com aproveitamento de 49%.
“Vamos trabalhar sempre mirando um conceito, direcionado a um conceito. Nomes, perfis, vamos pensar a partir de hoje à tarde. Esclareço que o Palmeiras precisa definir qual é o seu modelo de jogo, senão vamos ficar trocando treinadores e isso tem que acabar em algum momento. Uma vez implementada uma filosofia, teremos uma continuidade muito maior”, declarou.
A resposta usou palavras diferentes, mas com sentido muito parecido com a dada no ano passado, em 1º de dezembro, após a demissão de Mano Menezes. “O Palmeiras pensa agora num modelo diferente para o próximo ano, uma forma diferente de ver o futebol”, disse Galiotte ocasião.
Em busca desse “modelo diferente”, a diretoria foi atrás do argentino Jorge Sampaoli, que havia deixado o Santos vice-campeão brasileiro, mas a negociação não vingou.
Pela expectativa criada após a fala do mandatário e o interesse em Sampaoli, a escolha de Luxemburgo como plano B do Palmeiras surpreendeu.
Em 10 meses, o técnico conquistou o Paulista, o que encerrou um jejum de títulos estaduais que perdurava havia 12 anos, e classificou o time com tranquilidade para as oitavas de final da Libertadores.
Luxemburgo conduziu a equipe em 36 jogos válidos por competições oficiais nesta sua última passagem. Foram 17 vitórias, 14 empates e 5 derrotas. Um aproveitamento de 60% dos pontos disputados.
“Enxergamos que o Vanderlei atendia a todos os pré-requisitos que o Palmeiras necessitava. Ele tem o DNA do Palmeiras, trabalhou muito bem com a base [subiu 11 atletas]. Nós mudamos muito [vários jogadores deixaram a equipe], fizemos contratações pontuais [Rony e Matías Viña] e não conseguimos implementar o futebol que desejamos, a filosofia que falei no fim do ano”, afirmou Galiotte.
O técnico, de fato, deu espaço a atletas jovens como Patrick de Paula, Gabriel Menino, Wesley e Gabriel Veron, mas não extraiu o que se esperava de outros mais experientes, como Gustavo Scarpa, Lucas Lima e Ramires.
O Palmeiras volta a campo no domingo (18) para enfrentar o Fortaleza sob o comando de Andrey Lopes, auxiliar da comissão técnica, que assume o time interinamente.