Folha de S.Paulo

INSS tem 1,8 milhão de pedidos de benefício à espera de resposta

- Ana Paula Branco e Cristiane Gercina

são paulo | agora O INSS tem uma fila de mais de 1,8 milhão de pedidos de benefícios à espera de resposta do instituto. Os dados foram extraídos pelo órgão em 30 de setembro e fornecidos ao IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenci­ário) no último dia 5.

Do total, cerca de 800 mil pedidos estão parados, em cumpriment­o de exigência, que é quando o segurado precisa entregar documentos complement­ares para análise. Os demais, cerca de 1 milhão, dependem do INSS.

Segundo a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP, há alguns pontos que explicam os números.

“A gente tem o problema da pandemia, tem o problema do estoque que já estava grande antes da pandemia. Muitos casos são de perícia, aguardando a exigência do segurado, aguardando algum documento. Então tudo isso contribuiu para esse número ser bastante expressivo”, diz.

Ela lembra que os prazos para cumprir exigência estão suspensos. Neste caso, o beneficiár­io tem mais tempo para conseguir a documentaç­ão necessária para análise de seu pedido, mas quanto mais demorar, mais tempo o instituto levará para dar uma resposta.

É possível entregar os documentos pela internet, no portal ou no aplicativo Meu INSS, ou na porta das agências, por meio de drive-thru, na chamada “exigência expressa”. A medida foi adotada pelo INSS em agosto e deve ser válida até o fim deste mês, caso o instituto não faça prorrogaçã­o. Antes de ir a uma agência, é preciso agendar.

O segurado que vai ao local deve ter o número do protocolo de agendament­o e apresentar documento pessoal.

Quem vai enviar documentos pela internet pode fotografá-los e anexá-los pelo celular ou computador. Com a reabertura dos postos, é possível agendar horário para entrega dos documentos.

No caso do auxílio-doença, há 790 mil segurados aguardando exame pericial. A Secretaria de Previdênci­a e Trabalho, do Ministério da Economia, quer implantar, a partir de 3 de novembro, um projeto-pilto para realização de perícia médica online em todo o país como alternativ­a para tentar diminuir essa fila.

Com a pandemia de coronavíru­s, as agências da Previdênci­a ficaram fechadas de março a setembro, quando retomaram o atendiment­o presencial de forma parcial. Dados mostram que, até agora, no país, foram realizadas menos de 10 mil perícias.

O projeto-piloto será feito em parceria com empresas participan­tes, que deverão indicar um médico do trabalho. O exame pericial ocorrerá online e valerá apenas para o auxílio por incapacida­de temporária voltado para o trabalho, novo nome do auxílio-doença.

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