Folha de S.Paulo

Provas do Enem estão cada vez mais conteudist­as

Questões aplicadas na avaliação exigem que os alunos tenham um bom conhecimen­to das disciplina­s

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Com o encerramen­to das aulas do ensino médio previsto para dezembro, as escolas já estão preparando os estudantes para a avaliação do Enem.

“É uma prova muito bem elaborada, requer conhecimen­to amplo do aluno. E é extensa, há muitos temas que podem ser trabalhado­s”, afirma Marcelo Pena, diretor do Sistema Farias Brito de Ensino.

“Nós analisamos as provas dos últimos anos, comentamos com os alunos. O corpo de professore­s conhece bem e eles estão trabalhand­o naqueles pontos que têm mais ocorrência. Em ciências da natureza, por exemplo, desde 2009 há uma grande incidência de assuntos na área de ecologia. Em matemática, há muito de estatístic­a, operações fundamenta­is, razão e proporção”, diz Marcelo.

Até alguns anos atrás, havia a percepção de que a prova do Enem era mais interpreta­tiva –os estudantes conseguiri­am resolver uma questão se entendesse­m e soubessem interpreta­r bem o que estava sendo pedido. Atualmente, segundo Marcelo, a prova é “muito conteudist­a. O aluno realmente precisa ter o conhecimen­to específico para acertar as questões”.

“As provas do Enem estão ficando com um grau de dificuldad­e cada vez maior, até pelo fato de as universida­des estarem utilizando a nota para selecionar candidatos.”

Diretor geral do Colégio Marista Arquidioce­sano, Carlos Dorlass vai na mesma linha: “As provas do Enem estão mais complexas e interdisci­plinares. O aluno precisa ter a capacidade de integrar as várias áreas do conhecimen­to.”

Nesse sentido, afirma Carlos, algumas aulas do Arquidioce­sano são ministrada­s por dois ou até três professore­s. “Se você quer falar sobre um assunto como a fome, ele envolve áreas como matemática, biologia, geografia. Os estudantes têm de ter a habilidade de entender essa integração.”

A escola vem há alguns meses trabalhand­o com os alunos que vão prestar o Enem, por meio de um projeto chamado SuperAção.

“Até aqui, são 15 horas/aula semanais. A partir do dia 20, pula para 20 horas/aula por semana. E em todos os finais de semana os alunos poderão fazer simulados.”

A preparação para o Enem costuma dar uma atenção especial para a redação, que deve ser feita no modelo dissertati­vo-argumentat­ivo.

“Os temas da redação do Enem

Os temas da redação do Enem são bem escolhidos. O importante é que o aluno tenha um bom repertório” Marcelo Pena, do Sistema Farias Brito de Ensino

são bem escolhidos. O importante é que o aluno tenha um bom repertório”, diz Marcelo, do Sistema Farias Brito de Ensino. “Trabalhamo­s com professore­s de redação, de filosofia. Independen­temente do tema, o aluno tem de estar bem preparado para desenvolve­r um pensamento. Saber quais são as caracterís­ticas de uma dissertaçã­o argumentat­iva, com introdução, desenvolvi­mento e conclusão.”

Para Carlos, do Arquidioce­sano, uma das dificuldad­es dos candidatos que prestam o Enem é a dinâmica da prova: “O aluno precisa ficar sentado e concentrad­o por cerca de cinco horas, precisa ter velocidade para resolver os exercícios. Então ele tem de saber relaxar, desestress­ar. Isso tudo dá para treinar”.

Mas Carlos elogia a qualidade do conteúdo que é pedido nas provas. “O Enem é uma avaliação bonita, porque mostra como as várias áreas do conhecimen­to estão integradas. É como a vida, não dá para dissociar em partes, é um todo.”

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Divulgação Alunos durante aula no Sistema Farias Brito de Ensino

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