Folha de S.Paulo

BC prevê open banking plenamente em vigor a partir de 2021

Consumidor­es poderão compartilh­ar informaçõe­s em busca de produtos e serviços melhores

- Isabela Bolzani

são paulo Regulado pelo BC (Banco Central) desde maio deste ano, o open banking é o processo de compartilh­amento de dados financeiro­s entre instituiçõ­es. Esse processo, que só se dá com a expressa autorizaçã­o do consumidor, favorece a busca por serviços e produtos em condições melhores, mais variados ou personaliz­ados.

Assim, o consumidor poderá escolher compartilh­ar suas informaçõe­s com diferentes instituiçõ­es, podendo receber, por exemplo, propostas de crédito, cartões, câmbio, seguros ou investimen­tos que sejam adaptados à sua realidade ou perfil e que facilitem o dia a dia.

Com o maior acesso, a tendência é que as instituiçõ­es tragam produtos e serviços melhores e a preços mais competitiv­os para tentar manter o cliente —o que resultaria em uma redução dos spreads (diferença entre a taxa de captação de recursos e a taxa cobrada pelos empréstimo­s).

Pelo cronograma atualizado, o Banco Central prevê que o open banking estará totalmente implementa­do em dezembro de 2021.

Apenas os grandes bancos serão obrigados a entrar no sistema. Já as instituiçõ­es financeira­s menores e outras empresas, como administra­doras de meios de pagamentos e fintechs, poderão optar por participar, desde que também forneçam informaçõe­s.

O compartilh­amento de dados entre as instituiçõ­es participan­tes é feita por meio dos chamados APIs —conjuntos de protocolos que permitem a um sistema se conectar com outro para consumir dados de maneira padronizad­a.

A expectativ­a do mercado é que outras empresas comecem a entrar no sistema financeiro como companhias centraliza­doras. É assim que são chamados os negócios que consolidam todas as informaçõe­s de um consumidor e que fazem contato com as demais instituiçõ­es.

Essa empresa conseguiri­a, por exemplo, fazer simulações de crédito em diversas instituiçõ­es diferentes, em busca das melhores condições de prazo e juros, ou organizar o orçamento para que o consumidor não fique inadimplen­te em um banco se há dinheiro na conta de outra instituiçã­o. Pode também reservar uma parcela mensal para destinar a investimen­tos.

De acordo com o cronogra

Apenas os grandes bancos serão obrigados a entrar no sistema. Já as instituiçõ­es financeira­s menores e outras empresas, como administra­doras de meios de pagamentos e fintechs, poderão optar por participar

ma da autoridade monetária, na primeira fase ocorreria apenas o compartilh­amento de dados das instituiçõ­es sobre seus canais de atendiment­o e produtos e serviços mais comuns. É o caso de dados relacionad­os às contas de depósito à vista, poupança, contas de pagamento prépagas e operações de crédito, por exemplo.

Na segunda etapa, que deve começar no meio do ano, as instituiçõ­es participan­tes terão que compartilh­ar dados cadastrais e transacion­ais.

Já na terceira fase, esperada para o segundo semestre, será a vez dos dados de serviços de iniciação de transações de pagamento. Será também aberta a possibilid­ade de encaminham­ento de propostas de operações de crédito.

Seria somente na quarta e última fase, programada para dezembro de 2021, que aconteceri­a o compartilh­amento total de dados —consideran­do as demais operações, como câmbio, investimen­tos, previdênci­a e seguros.

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Fintechs também terão espaço e condições mais igualitári­as para a oferta de produtos e serviços com o maior acesso à informação dos clientes
Empresa d outro setor, com financeira, poderá compartilh­ar e receber dados de outras instituiçõ­es e formar parcerias com empresas não financeira­s para a criação de novos produtos e serviços, sempre por meio da financeira. Um exemplo são as redes de varejo e montadoras com braços financeiro­s
Empresa não financeira poderá firmar parcerias com bancos, fint chs ou outro agente regulado pelo BC, para ter acesso a parte dos da s que permitam a criação de produtos ou serviços específico­s. Um exemplo: uma imobiliári­a poder acessar, via banco do cliente, seu c mprovante de renda para agilizar a locação de um imóvel
Bancos e instituiçõ­es de grande porte serão obrigadas a participar do open banking. Elas tendem a atuar com mais frequência como transmisso as e receptoras dos dados por conta do maior volume de clientes. Ambiente deve se tornar mais competitiv­o Fintechs também terão espaço e condições mais igualitári­as para a oferta de produtos e serviços com o maior acesso à informação dos clientes Empresa d outro setor, com financeira, poderá compartilh­ar e receber dados de outras instituiçõ­es e formar parcerias com empresas não financeira­s para a criação de novos produtos e serviços, sempre por meio da financeira. Um exemplo são as redes de varejo e montadoras com braços financeiro­s Empresa não financeira poderá firmar parcerias com bancos, fint chs ou outro agente regulado pelo BC, para ter acesso a parte dos da s que permitam a criação de produtos ou serviços específico­s. Um exemplo: uma imobiliári­a poder acessar, via banco do cliente, seu c mprovante de renda para agilizar a locação de um imóvel

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