APÓS CRICIÚMA (SC), CAMETÁ (PA) É ALVO DE ASSALTANTES
Um dia depois de ataque nos mesmos moldes em Santa Catarina, assalto a Banco do Brasil no Pará deixou um refém morto
Homens rendidos por criminosos em praça da cidade; roubo a Banco do Brasil na madrugada de ontem deixou um refém morto, mas quadrilha errou cofre e não levou dinheiro
são paulo e manaus Um dia depois do assalto ao Banco do Brasil em Criciúma (SC), na noite de segunda-feira (30), outra cidade de médio porte foi alvo de uma quadrilha de assaltantes na madrugada desta quarta-feira (2).
Dessa vez a ação violenta e organizada aconteceu em Cametá, cidade de 140 mil habitantes localizada a 235 km de Belém, no Pará.
O alvo dos criminosos também foi uma agência do Banco do Brasil. Os criminosos cercaram o quartel da Polícia Militar, fizeram reféns, atacaram a agência com explosivos, atiraram para cima e provocaram pânico entre os moradores.
A ação envolveu mais de 20 criminosos armados com armas de grosso calibre e deixou um refém morto e um morador baleado na perna, sem gravidade.
A exemplo do que aconteceu em Criciúma, onde o assalto envolveu ao menos 30 criminosos, dez carros e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas, em Cametá os moradores registraram a ação em vídeos publicados nas redes sociais.
Uma das imagens mostra um grupo de ao menos dez pessoas em uma praça, supostamente conduzidas pelos assaltantes como reféns.
Segundo testemunhas, os reféns assistiam ao jogo Flamengo x Racing quando foram surpreendidos.
“São aproximadamente 30 homens armados. Muito tiro aqui perto de casa. Os policiais estão encurralados no quartel. Tem muita explosão também”, relatou o morador Fabrício Alves à Folha.
No entanto, a quadrilha de assaltantes “errou de cofre” e fugiu sem levar nenhum dinheiro, disse o governador do Pará, Helder Barbalho, em entrevista à GloboNews.
“A quadrilha acabou errando o cofre e não levando nenhum valor da agência bancária”, disse Barbalho, que visitou o município. Segundo ele, órgãos de segurança pública e de inteligência do estado estão em estado de alerta para novos assaltos na região, uma vez que os bandidos estariam sem dinheiro para a fuga.
“Estamos alertando os municípios e estados vizinhos porque uma operação como essa despende um recurso muito alto por parte da quadrilha. No momento em que eles não lograram êxito, o risco de buscarem fazer novos eventos é real. Por isso, todos devem estar atentos, e os organismos de segurança pública do estado do Pará estão em alerta”, disse o governador.
De acordo com Barbalho, as imagens de câmeras de segurança da agência bancária e de outros comércios no município podem ajudar a esclarecer o crime. Os depoimentos dos reféns já ajudaram a identificar que há pessoas de outros estados entre os criminosos.
Em nota, a Segup (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará) confirmou a informação dada pelo governador. Segundo a pasta, nas investigações constatouse que os membros da quadrilha possuem sotaque nordestino, o que levanta a suspeita de serem de fora do estado.
Imagens de câmeras de segurança também serão analisadas no percurso feito pela quadrilha entre o centro de Cametá e a rodovia BR-422, no município vizinho de Baião.
Os dois veículos usados no crime foram identificados e devem passar por perícia em busca de impressões digitais, segundo informações da Segup. Um deles era uma picape que teria sido usada no transporte de criminosos e reféns e que foi encontrada abandonada, com explosivos, no km 40 da BR-422, em Cametá.
Cerca de 40 km à frente, um outro veículo, também com explosivos, foi encontrado dentro do rio Itaperuçu, no município de Baião, segundo a secretaria.
Ainda na madrugada desta quarta, o governo do estado enviou policiais de grupos de elite das polícias Militar e Civil e do Núcleo de Inteligência para reforçar a segurança na região. A cidade também recebeu o suporte de dois helicópteros e uma embarcação, já que é circundada pelo rio Tocantins e a polícia suspeita que os criminosos tenham fugido pelos rios.
Em nota, o Banco do Brasil informou que não há registro de funcionários feridos e que o banco colabora com as investigações policiais para solucionar o caso.
Polícia de SP investiga ligação de material com assalto em SC
são paulo A Polícia Civil de São Paulo investiga a suposta ligação entre um material apreendido na tarde desta quarta-feira (2), na zona sul da capital, com o mega-assalto ao Banco do Brasil realizado em Criciúma (SC), na segunda-feira (30).
O material que inclui munição de fuzil calibre 7,62 mm, rádio transmissor e espoletas para acionamento de explosivos estava na casa da auxiliar de limpeza, Vanessa de Faria Santos, que foi presa em flagrante. Também foi apreendido na residência celulares, carregadores de pistolas e seis tijolos de cocaína.
Os policiais vão investigar a suposta ligação porque foram até local após receberem informações de que um indivíduo, morador daquela casa, estaria envolvido no roubo ocorrido em Santa Catarina. O suspeito de participação do roubo não foi encontrado, mas a responsável pela guarda do material foi presa em flagrante.
A cúpula da Polícia Civil trata o caso com cautela. Afirma que só poderá fazer uma ligação entre os dois casos após uma análise pericial do material apreendido e, também, após a prisão do suspeito e sua eventual confissão no ataque.
O Gate, equipe especializada em explosivos da Polícia Militar, foi acionado até o local e apreendeu o material para elaboração de laudo técnico.
O roubo realizado Criciúma é considerado o maior roubo do gênero realizado no estado. O ataque contou com a participação de 30 criminosos, dez automóveis e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas.