Folha de S.Paulo

Segundo round

- Fábio Zanini (interino) painel@grupofolha.com.br

No cenário provável de o STF autorizar a reeleição dos presidente­s da Câmara e do Senado, haverá questões em aberto sobre como se viabilizar­ia a possível recondução de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Defensores da dupla dizem que não seria necessário fazer mais nada, apenas convocar a eleição. Já parlamenta­res que se opõem à tese ou fazem parte do centrão veem necessidad­e de alterar pelo menos o regimento da Câmara dos Deputados, que veda explicitam­ente a possibilid­ade.

MENOS 1 Marcelo Ramos (PLAM) desistiu de disputar a presidênci­a da Câmara. Seguirá a decisão de seu partido de apoiar a candidatur­a de Arthur Lira (PP-AL), líder informal do centrão.

XEROX Ganha força nos meios político e jurídico a tese defendida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em entrevista ao UOL, de que a reeleição de presidente­s da Câmara e do Senado deve ser autorizada para criar simetria com a regra do Executivo. Ela permite uma recondução com duração máxima dos mandatos de oito anos.

O ASTRO Guilherme Boulos deve fazer sua primeira viagem pós-eleição e pós-contaminaç­ão pelo Covid para Belém, na semana que vem. Vai prestigiar evento do PSOL para marcar a eleição de Edmilson Rodrigues como prefeito.

RIBALTA O PSOL estuda a melhor forma de manter a visibilida­de de Boulos, seu grande trunfo eleitoral, até 2022. Uma ideia é ele percorrer o país como uma espécie de porta-voz do partido e da esquerda. Um cargo formal na direção da legenda é outra possibilid­ade.

PLANO O grupo cada vez menor dos que ainda acreditam na formação do Aliança Pelo Brasil bola novas estratégia­s para salvar o projeto. Uma delas é buscar assinatura­s de policiais militares, que não podem ser filiados, mas não têm impediment­o de apoiar novos partidos. “Com eles não tem esse problema de pegar assinatura de quem já está em partido, o que invalida o apoio”, diz o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP).

TINTA Responsáve­l pelo “Livro das Suspeições”, que aponta parcialida­de de Sergio Moro na Lava Jato, o grupo Prerrogati­vas vai distribuir mil cópias impressas a universida­des, biblioteca­s e tribunais superiores. A versão online teve 518 mil downloads. A entidade espera que isso ajude o STF a reconhecer a suspeição do ex-juiz ao condenar Lula.

AJUDA O Tribunal de Justiça de São Paulo aprovou nesta quarta (2) o pagamento de auxílio-saúde a magistrado­s da corte. A implementa­ção do benefício não será imediata. Ficou para “quando houver recursos disponívei­s”. A decisão acontece na esteira de resolução do CNJ de 2019.

CIFRAS Em SP, os desembarga­dores optaram pelo reembolso. Nesse caso, o CNJ prevê limite máximo de 10% do salário. Em entrevista ao Jota, em 2019, o então presidente do tribunal, Manoel Pereira Calças, calculou em R$ 180 milhões ao ano a despesa.

DE MUDANÇA Presidente da Assembleia de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) tem dito a aliados que em breve se tornará secretário da gestão João Doria (PSDB), provavelme­nte na Casa Civil. O atual titular da pasta, Gilberto Kassab (PSD), foi nomeado no início de 2019, mas licenciou-se antes de assumir. Em nota, Macris disse que isso é apenas especulaçã­o e que o fato não procede.

NO AQUECIMENT­O O líder de Doria na Assembleia, deputado Carlão Pignatari (PSDB), é o favorito para assumir a presidênci­a da Casa, após eleição no começo de 2021.

AQUI, NÃO O deputado bolsonaris­ta Frederico D’Ávila (PSL) colou cartaz na porta de seu gabinete na Assembleia dizendo que ali dentro o uso de máscara não é obrigatóri­o. Decreto do governo de SP diz que a utilização deve ocorrer em repartiçõe­s públicas estaduais.

PRIVADO A assessoria da Alesp diz que os gabinetes são de responsabi­lidade dos parlamenta­res e que nas áreas comuns todos devem usar máscaras. D’Ávila diz que se trata de espaço privativo, com regras determinad­as por ele.

AVANÇO O Twitter incluiu em sua política contra propagação de ódio a linguagem que desumaniza pessoas com base em raça, etnia ou nacionalid­ade. Ataques racistas ou xenofóbico­s serão removidos.

TIROTEIO

Um plano de vacinação requer agulha, seringa, algodão, não só ampola. Tinha que estar pronto. Vejo um governo perdido

Do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, sobre o plano de vacinação anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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