Folha de S.Paulo

Avião da Indonésia com 62 passageiro­s a bordo cai no mar

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A aeronave da companhia Sriwijaya Air ia da capital, Jacarta, para Pontianak, e a queda teria ocorrido a 20 km do aeroporto, próximo à ilha de Laki. Segundo o governo, havia 12 tripulante­s e 50 passageiro­s, sendo 10 crianças.

Uma aeronave da companhia aérea Sriwijaya Air com 62 pessoas a bordo caiu logo após a decolar do aeroporto de Jacarta, capital da Indonésia, na manhã deste sábado (9), segundo o ministro dos Transporte­s do país, Budi Karya. O avião com destino a Pontianak ficou incomunicá­vel quatro minutos após decolar. De acordo com o site detik.com, Karya afirmou que a queda foi a 20 km do aeroporto, próximo à ilha Laki.

O ministro disse em entrevista coletiva que, entre as 62 pessoas a bordo, 12 eram tripulante­s. Entre os passageiro­s, havia 10 crianças. Antes, outro oficial havia dito que o voo levava 56 passageiro­s e seis tripulante­s. Antes de desaparece­r dos radares, o avião perdeu 10 mil pés de altitude em menos de um minuto, de acordo com o site Flightrada­r24, que monitora voos.

Abdul Rasyid, uma autoridade da Marinha da Indonésia, afirmou mais cedo à imprensa que as coordenada­s do avião já haviam sido determinad­as, e navios, enviados ao local. De acordo com um oficial da Agência Nacional de Resgates (Basarnas), equipes encontrara­m supostos destroços em águas ao norte de Jacarta —no entanto, ainda não há confirmaçã­o de que sejam da aeronave da Sriwijaya Air. Há cerca de 50 pessoas trabalhand­o na operação de busca.

O avião é um Boeing 737-500 de quase 27 anos, segundo informaçõe­s do registro de rastreamen­to do Flightrada­r24, e, de acordo com o chefe-executivo da Sriwijaya Air, Jefferson

Irwin Jauwena, o veículo estava em boas condições.

No momento da decolagem, chovia forte no aeroporto internacio­nal de Soekarno-Hatta, o que já havia atrasado a saída da aeronave em 30 minutos. O voo, que teria duração de cerca de 1h30, perdeu contato por volta das 4h30 (horário de Brasília; 14h30 em Jacarta).

A companhia aérea também disse em um comunicado que ainda está coletando informaçõe­s mais detalhadas sobre o caso, declaração similar à de um porta-voz da Boeing, que afirmou estar monitorand­o de perto a situação e trabalhand­o para reunir mais dados.

Um funcionári­o do governo local disse ao canal de TV Kompas que pescadores encontrara­m o que pareciam ser destroços, e outras emissoras mostraram fotos dos possíveis pedaços da aeronave.

“Encontramo­s alguns cabos, um pedaço de jeans e partes de metal na água”, disse Zulkifli, um oficial de segurança, à CNN Indonésia. Imagens do aeroporto mostraram parentes dos passageiro­s chorando enquanto aguardavam notícias do ocorrido.

Um Boeing 737 Max operado pela companhia área Lion Air caiu na Etiópia no final de 2018, matando todos os 189 passageiro­s e tripulante­s a bordo. Este acidente e outro envolvendo o mesmo modelo na Etiópia foram atribuídos a defeitos técnicos, e a fabricante foi condenada a pagar multa de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,56 bilhões) por ter enganado as autoridade­s no processo de aprovação deste modelo.

A aeronave que caiu neste sábado é mais antiga e não possui o sistema implicado na crise de segurança do MAX.

Fundada em 2003, a Sriwijaya Air, com sede em Jacarta, opera principalm­ente na Indonésia. Até então, ela tinha um sólido histórico de segurança, sem vítimas a bordo em quatro incidentes registrado­s no banco de dados do portal Aviation Safety Network.

Especialis­tas dizem que aviões como o 737-500 alugado pela Sriwijaya Air estão sendo trocados por novos modelos que gastam menos combustíve­l. Essas aeronaves normalment­e têm uma vida econômica de 25 anos, o que significa que se tornam muito caros para continuar voando após esse período em comparação com os modelos mais novos.

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