Bolsonaro confirma apoio a candidato de Alcolumbre no Senado
Durante reunião na tarde de sexta (8) com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDBPE), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que rompeu sua neutralidade na eleição para a presidência da Casa e que vai apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Pacheco é apadrinhado pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEMAP), que se engajou na candidatura e inclusive havia levado o mineiro para um almoço com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, no fim do ano.
O encontro havia sido pedido por Bezerra, que transmitiria a insatisfação da bancada do MDB com a postura de Bolsonaro. Apesar de ter declarado neutralidade, o presidente estaria sendo leniente com Alcolumbre e Pacheco. Os dois senadores estariam usando a influência do governo nas negociações.
Duas fontes na bancada do MDB confirmaram que Bolsonaro afirmou claramente para Bezerra que Pacheco era seu candidato. Bezerra tentou argumentar defendendo a regra da proporcionalidade, segundo a qual a maior bancada (hoje a do MDB) teria direito à presidência.
Bezerra afirmou que as contas do MDB, com mais senadores avulsos, indicam 37 votos.
Bolsonaro teria apenas dito que não mudaria sua posição.
A decisão do presidente praticamente tira da disputa os dois líderes do governo, no Senado e no Congresso, respectivamente Bezerra e Eduardo Gomes (TO), que eram précandidatos do MDB.
Ganham força, por outro lado, os outros dois pré-candidatos, o líder da bancada, Eduardo Braga (MDB-AM); e a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Simone Tebet (MDB-MS), considerada mais independente.
Tebet tem grandes chances de receber os votos do movimento suprapartidário Muda Senado. Por outro lado, Braga é o único do MDB com entrada nos partidos de esquerda.
A bancada do PT, por sinal, deve passar por uma reviravolta nos próximos dias. O partido esteve muito perto de um acerto para apoiar Pacheco.
Em encontro virtual na última sexta-feira, porém, Braga teria dito aos senadores petistas que estava claro que Pacheco era o candidato de Bolsonaro.
Agora, com a oficialização pelo presidente da República, o apoio a Pacheco se torna praticamente inviável. A bancada do PT vai se reunir nesta segunda-feira (11) para decidir sua posição.