Fuvest faz 1ª fase entre máscaras e temas pop
Prova incluiu TikTok, memes e Covid. Organização exigiu máscara, mas não mediu temperatura para evitar aglomerações.
são paulo A Fuvest realizou, na tarde deste domingo (10), a primeira fase de seu vestibular cercada de incertezas sobre se o nível de segurança seria capaz de proteger os participantes do coronavírus.
Além da caneta esferográfica azul, a máscara foi outro item obrigatório, e quem se recusasse a usá-la ao longo das cinco horas de prova seria desclassificado.
Antenada em novos temas, a prova teve questões sobre o aplicativo TikTok, um meme do jogo Among Us e, claro, a pandemia.
Uma questão abordou a gripe espanhola, que devastou o mundo nas primeiras décadas do século 20, inclusive o Brasil.
O vestibular da Fuvest seleciona 8.242 vagas em 183 cursos da USP. Outras 2.905 cadeiras da graduação estão reservadas ao Sisu, sistema do governo federal que preenche vagas nas universidades a partir das notas do Enem.
Eram esperados pouco mais de 130 mil participantes nesta primeira fase do exame, que contou com 90 questões objetivas baseadas no conteúdo do ensino médio. O índice de abstenção foi de 13%.
A Folha acompanhou a movimentação dos vestibulandos na entrada do prédio D do campus Memorial da Uninove (Barra Funda), na zona oeste da capital paulista.
O local, com 3.512 inscritos, é o que concentrou o maior número de participantes e, por isso, preocupava a organização por causa de possíveis aglomerações.
A reportagem presenciou os fiscais de prova, a todo momento, pedindo aos inscritos que não ficassem com a máscara no queixo.
A presença dos profissionais também inibiu a formação de “rodinhas de conversas” entre os participantes antes do exame.
Os cursinhos pré-vestibulares optaram por distribuir seus kits só a partir das 16h, horário em que os estudantes poderiam deixar as salas.
O único problema observado pela reportagem no local foi a dificuldade que muitos candidatos tiveram em localizar as salas onde fariam a prova.
Dois prédios da Uninove, separados apenas pela praça do Terminal da Barra Funda, sediaram o exame neste domingo e muita gente se perdeu entre eles.
O taxista Marcos Gomes dos Santos, 44, viveu um sufoco com a filha Ana Júlia, 17, que esqueceu os documentos pessoais faltando poucos minutos para o fechamento dos portões.
A menina mora na Brasilândia, na zona norte da capital paulista, e não sabia se havia deixado o documento em casa ou no carro do pai.
”Eu fiquei muito desesperado porque é a chance que ela tem de entrar na universidade. Fiz uma varredura louca no meu carro e achei o RG dela”, disse Santos, emocionado, à Folha.
No último minuto para o fechamento dos portões, o taxista entregou o RG à filha, e Ana Júlia conseguiu entrar.
Chamou a atenção a ausência da medição de temperatura dos participantes. A Fuvest afirmou que o procedimento causaria o que não se quer num vestibular de grandes dimensões: aglomeração.
Os aprovados voltarão à segunda etapa em 21 e 22 de fevereiro.