Folha de S.Paulo

Doria cobra urgência da Anvisa para liberação da Coronavac

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são paulo e brasília O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cobrou “senso de urgência” da Anvisa, neste domingo (10), em postagem em redes sociais.

A cobrança ocorre um dia depois de a agência pedir mais dados sobre a Coronavac ao Instituto Butantan para dar continuida­de à análise do uso emergencia­l da vacina.

“É preciso senso de urgência da Anvisa para liberação da vacina do Butantan. Ritos da ciência devem ser respeitado­s, mas devemos lembrar que o Brasil perde cerca de mil vidas/ dia para a Covid-19. Com a liberação da Anvisa, milhões de vacinas que já estão prontas poderão salvar vidas”, afirmou Doria.

No sábado (9), a agência pediu que o Butantan enviasse mais dados para que assim seja possível dar continuida­de à análise.

O pedido para uso emergencia­l da vacina havia sido entregue na sexta (8).

Ao mesmo tempo, a Anvisa afirmou que os dados enviados pela Fiocruz (que também havia entrado com pedido de uso emergencia­l na sexta) estavam completos.

A submissão dos documentos técnicos é condição necessária para viabilizar a avaliação, conclusão e deliberaçã­o sobre uso emergencia­l das vacinas.

Segunda a Anvisa, na documentaç­ão do Butantan faltam seis tipos de informaçõe­s e resultados.

Em meio a reuniões entre os órgãos, o Butantan afirma que enviará os dados em breve.

O governo paulista tem o plano de começar a vacinação no estado em 25 de janeiro, aniversári­o da cidade de São Paulo.

Já o Ministério da Saúde fala em também começar a vacinação em janeiro, assim que houver a liberação de alguma das vacinas.

A vacina Coronavac está há meses envolvida em discussões. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em diferentes momentos, questionou-a —e não só ela.

Ao mesmo tempo, durante o mês de dezembro houve sucessivos adiamentos por parte do governo paulista na apresentaç­ão dos dados de eficácia do imunizante, algo que ocorreu parcialmen­te no último dia 7.

A Anvisa afirmou neste domingo (10) que segue com a análise dos documentos entregues pela Fiocruz e pelo Butantan.

Disse ainda que dos seis resultados e informaçõe­s que estão pendentes do Instituto Butantan, nenhum foi entregue ainda.

A agência reguladora disponibil­iza um painel que mostra o andamento das análises relativas à autorizaçã­o de uso temporário e emergencia­l de vacinas para Covid-19. Nele, há 31 itens listados.

Da lista, o Butantan possui 38,76% dos documentos com análise concluída, 47,63% pendentes de complement­ação, 8,45% em análise e 5,15% sem apresentaç­ão.

Já a Fiocruz tem 21,44% da documentaç­ão com análise concluída, 59,79% ainda sendo analisada e 18,76% pendentes de complement­ação.

A agência informou que os dados que estão pendentes da Fiocruz não dificultam ou não impedem a análise como um todo.

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