Banco do Brasil quer encerrar, com PDV, 361 unidades
Instituição, que pretende fortalecer canais digitais, estima economia de R$ 2,7 bilhões até 2025 com reestruturação
O Banco do Brasil aprovou medidas para cortar estrutura. Cerca de 5.000 funcionários devem aderir à demissão voluntária. Serão fechadas 361 unidades, sendo 112 agências. Prevêse economia de R$ 2,7 bilhões até 2025.
O Banco do Brasil aprovou um conjunto de medidas que diminuem sua estrutura organizacional com fechamento de pontos de atendimento e programas de demissão voluntária. Serão encerradas 361 unidades, sendo 112 agências.
O banco estima que a economia anual com as medidas alcance R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.
A estimativa do BB é que cerca de 5.000 funcionários façam adesão aos programas. O número final de desligamentos, assim como o impacto financeiro, será informado ao mercado após o encerramento do prazo (em 5 de fevereiro).
Quem aderir ao PDE do Banco do Brasil terá direito às verbas rescisórias (garantidas por lei) e a um incentivo calculado em cima do salário base, podendo chegar a até cerca de R$ 450 mil.
A discussão sobre um enxugamento da estrutura do BB existia desde meados do ano passado, mas ganhou força e profundidade com a chegada de André Brandão, presidente do BB que tomou posse em setembro de 2020.
A cúpula do banco já tinha visões sobre a necessidade das mudanças, mas o desenvolvimento do plano só foi adiante após a posse do executivo vindo do HSBC.
As mudanças anunciadas já estavam em grande parte acertadas com o Ministério da Economia, principalmente as que envolvem desligamento de pessoal. A estratégia é rever a necessidade de atendimento físico e fortalecer os canais digitais, que já representam a maior parte das operações.
Segundo o banco, a Covid-19 acelerou esse movimento. A quantidade de transações em guichês de caixa no BB caiu 42% desde 2016, enquanto o uso digital dobrou no mesmo período e já responde por 86% das transações.
“Essa tendência não apenas continua como se acentuou fortemente durante a pandemia, antecipando em mais de um ano nossas projeções de uso dos canais digitais”, diz o banco em comunicado.
Desde abril do ano passado, o aplicativo do banco ganhou mais 4,7 milhões de usuários, chegando a 19,4 milhões, com uma média diária de crescimento 273% maior do que antes da pandemia. O contato via WhatsApp também registrou crescimento expressivo, chegando a quase 600 mil atendimentos por dia.
As medidas anunciadas nesta segunda (11) envolverão 870 unidades. Além do encerramento de atividades de parte delas, outras 243 agências terão suas funções reduzidas ao serem transformadas em postos de atendimentos (que não têm gerente).
O banco também vai transformar 145 unidades de negócios em lojas. Elas possuem terminais, mas não guichês de caixa.
Também serão criadas 28 unidades de negócios especializadas, com aproveitamento de espaços já existentes.
Segundo João Fukunaga, coordenador da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil) e dirigente sindical do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e região, apesar de a sinalização do BB ser a de uma aposta maior na digitalização dos sistemas, é preciso cautela nessa migração.
“O banco está forçando um atendimento digital. Mas existe uma quantidade significativa de pessoas, principalmente de 60 anos ou mais, que procura atendimento nas agências físicas. Além disso, muito da digitalização está acontecendo por conta da pandemia. Acho prematuro um movimento desses esperando que todo esse fluxo continue nos canais alternativos mesmo depois do isolamento social”, afirmou.
De acordo com o Banco do Brasil, as mudanças nas agências acontecerão a partir de 22 de fevereiro e serão comunicadas aos clientes por SMS, aplicativo de celular, site na internet, terminais de autoatendimento, além de correspondências, e-mail e cartazes nas agências.
A mudança de agência será automática.