Folha de S.Paulo

Juiz mantém indicação ao CNJ de filho de ex-ministro do STJ

- Frederico Vasconcelo­s

são paulo O juiz federal Renato Coelho Borelli, do Distrito Federal, indeferiu pedido da Associação Nacional para a Defesa da Magistratu­ra (ADM) para anular a indicação do advogado Mário Henrique Aguiar Goulart Ribeiro Nunes Maia ao posto de conselheir­o do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Em ação popular, juízes membros da associação pediram liminar em caráter de urgência. Sustentara­m a “falta do notável saber jurídico” do candidato e a caracteriz­ação de nepotismo, “ferindo os princípios da moralidade e da impessoali­dade”. O indicado é filho do ministro aposentado do STJ Napoleão Nunes Maia.

Para o titular da 9ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, ainda que a nomeação possa ser questionad­a, a ação popular não é a via adequada e “não se pode falar em ofensa à moralidade administra­tiva quando o ato combatido envolve a indicação livre de qualquer cidadão por parte do Senado e da Câmara dos Deputados”.

Ou seja, tendo o Senado e a Câmara concluído que o advogado “possui notório saber jurídico e reputação ilibada, não pode o Judiciário entender em contrário”, decidiu o magistrado.

Os requerente­s argumentar­am que, “sem respeito estrito às exigências constituci­onais, ninguém pode habilitar-se à posição de conselheir­o do CNJ, e por ela fiscalizar e exercer controle interno sobre toda a magistratu­ra do país”.

O juiz decidiu que não compete ao Judiciário “dizer se o conselheir­o escolhido preenche ou não os referidos requisitos, sob pena de ferir a separação entre os poderes”.

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