Morre Maguito Vilela, prefeito de Goiânia, vítima do coronavírus
Velório do político, que estava internado em São Paulo, será a céu aberto com sistema drive-thru
são paulo e goiânia O prefeito licenciado de Goiânia (GO), Maguito Vilela (MDB), 71, morreu na madrugada desta quarta-feira (13) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 27 de outubro por complicações da Covid-19.
Segundo informações de sua equipe de comunicação, uma infecção pulmonar foi diagnosticada na semana passada e Maguito não resistiu.
O corpo do prefeito deve ser sepultado em Jataí, sua cidade natal, a 320 km de Goiânia.
Maguito tomou posse no dia 1º de janeiro com assinatura eletrônica na UTI (unidade de terapia intensiva) do hospital. Uma hora e meia depois, o vice-prefeito, Rogério Cruz (Republicanos), assumiu o governo interinamente e participou da transmissão do cargo. Após Maguito ter sido empossado, a equipe de transição solicitou afastamento dele para tratamento de saúde por tempo indeterminado.
Advogado e político tradicional, Maguito já foi vereador, deputado estadual e federal, vice-governador, governador e senador.
Na campanha eleitoral pela Prefeitura de Goiânia, ele precisou se afastar ainda no primeiro turno após receber o diagnóstico da Covid-19. Inicialmente, foi internado em um hospital de Goiânia com 75% de inflamação nos pulmões e, em seguida, transferido para o Einstein.
Foi a primeira vez que o emedebista disputou a Prefeitura de Goiânia. Antes de ser eleito em Goiânia, Maguito já havia governado Aparecida de Goiânia, cidade da região metropolitana da capital, entre 2009 e 2016.
No segundo turno, Vilela teve 52,60% dos votos (277.497). Ele derrotou o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que teve 47,4% dos votos (250.036).
Cruz é pastor evangélico e foi vereador por dois mandatos. Durante a campanha, seu nome foi questionado por ter declarado apenas R$ 81,39 à Justiça Eleitoral.
Em uma rede social, Cruz lamentou a morte de Maguito. “O que dizer de um homem simples, de coração puro, de um caráter ilibado e que sonhou com ‘linda Goiânia’ expressa em folhas de papel?”, perguntou. “Me deixa uma grande responsabilidade de fazer Goiânia seguir em frente juntamente com uma equipe de excelência.”
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), decretou luto oficial de três dias pela morte de Maguito e anunciou a realização de um velório a céu aberto, com despedida em sistema drive-thru.
Em cerimônia de arriamento de bandeira, Caiado disse que o velório será realizado em uma tenda instalada na Praça Cívica, em frente ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual.
Com o sistema drive-thru, a população poderá se despedir sem sair do carro. O governador disse que esse formato permitirá realizar o velório com segurança, respeitando as orientações sobre o distanciamento social.
O sepultamento será realizado em Jataí, no jazigo dos pais e ao lado de um filho que morreu ainda bebê.
Em nota, Caiado lamentou a morte de Vilela e defendeu a legitimidade da eleição do prefeito de Goiânia.
“Hoje, a cidade de Goiânia perde muito. Perde um gestor experiente, preocupado com os mais necessitados e com apurado senso de Justiça [...] Manifestamos nossa solidariedade e condolências à população de Goiânia e a todos os demais moradores de nosso estado que, certamente, sofrem com a partida do prefeito legitimamente eleito.”
Apesar de ter apoiado nas eleições o adversário de Maguito, Caiado reconheceu o resultado das urnas e, na última quinta-feira (7), chegou a exonerar o assessor especial do governo Paulo Daher (PMN), depois que ele protocolou duas ações na Justiça Eleitoral para pedir a cassação do diploma de Maguito e do vice-prefeito.
Ex-vereador de Goiânia, Daher alegou na Justiça uma suposta fraude na eleição municipal já que, segundo ele, a campanha de Maguito teria divulgado informações falsas sobre seu estado de saúde. Durante a campanha, Vanderlan chegou a questionar as mesmas informações, mas depois recuou e pediu perdão por causa da repercussão negativa.
Em nota, Vanderlan lamentou a morte de Maguito. “Meus sentimentos à família do prefeito licenciado. Goiânia perde um grande gestor. Goiás e o Brasil perdem um grande político, e nós perdemos um grande amigo”, acentuou.
Presidente estadual do MDB e filho de Maguito, o ex-deputado federal Daniel Vilela publicou, em uma rede social, a foto de seu pai de costas caminhando em sua fazenda, em Jataí: “Hoje, infelizmente, meu melhor amigo morreu.”
Ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB) também prestou homenagem ao seu colega de partido. “Um homem público notável, pai, esposo, filho e irmão exemplar. Deixa um legado que nos orgulha. Se despede deixando uma história digna”, afirmou.
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, lamentou a morte de Maguito e destacou a atuação dele como político. “Conheci Maguito. Uma liderança expressiva no estado de Goiás e também a nível nacional. Muito bem conhecido. Lamento profundamente o falecimento dele”, afirmou.
O presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), destacou, em nota de pesar, a trajetória do prefeito. “Maguito defendeu causas sociais e mais oportunidades para os mais pobres”, afirmou.
Em rede social, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que esta quarta foi um “dia triste pela partida precoce do amigo Maguito Vilela”. “Um dos líderes mais experientes que já tive a chance de conhecer”, afirmou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou uma nota de pesar na manhã desta quarta-feira, na qual ressalta o histórico do político e o descreve como um “grande brasileiro”
“Dia especialmente triste para Goiás. O prefeito de Goiânia, Maguito Vilela, perdeu a batalha para a Covid, depois de lutar bravamente contra as complicações decorrentes da doença”, afirma o texto.
“Foram 45 anos de vida pública. Quase meio século de serviços prestados. Um grande brasileiro. Uma grande perda. Meus sinceros sentimentos à família, aos amigos, aos goianos e aos admiradores de Maguito por todo o Brasil.”