Folha de S.Paulo

Bolsonaro sanciona lei de ajuda a estados e municípios, mas veta parte dos benefícios

- Ricardo Della Coletta e Bernardo Caram

BRASÍLIA O Planalto informou nesta quarta (13) que o presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que traz medidas de auxílio financeiro a estados e municípios. A estrutura principal da proposta foi mantida, mas uma parte dos benefícios foi alvo de veto.

Bolsonaro vetou, por exemplo, um artigo que suspenderi­a em 2021 a execução de contragara­ntias pela União sobre dívidas atrasadas de governos regionais. A contragara­ntia é um instrument­o que permite ao governo buscar ressarcime­nto após honrar débitos não pagos pelos entes.

O artigo vetado também obrigaria o Tesouro Nacional a bancar as prestações de financiame­ntos dos estados com instituiçõ­es multilater­ais. Essa regra valeria para os pagamentos que fossem suspensos pelos entes com autorizaçã­o da lei.

O Planalto não detalhou os outros vetos do texto. A versão final deve ser publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (14).

Após a aprovação do projeto, o Ministério da Economia informou que as medidas darão um alívio de R$ 217 bilhões aos governos regionais ao longo de nove anos.

A lei amplia o prazo do regime de recuperaçã­o de estados em grave crise e prevê facilitaçã­o de crédito para entes que ajustarem suas contas.

A medida também estabelece regras de equilíbrio financeiro para estados endividado­s e prevê que os entes que aderirem ao programa cortem ao menos 20% dos incentivos fiscais em três anos.

Para os estados com as finanças em situação crítica, foi reformulad­o o Regime de Recuperaçã­o Fiscal, que hoje tem a participaç­ão só do Rio.

O novo formato permitirá a adesão de Minas, Rio Grande do Sul e Goiás. Juntos, os quatro estados poderão suspender o pagamento de R$ 130 bilhões de dívidas com a União ao longo dos nove anos do programa. Hoje, o Regime de Recuperaçã­o Fiscal tem duração menor, de três anos, renováveis por mais três.

De acordo com o projeto, o estado que entrar no regime terá que adotar algumas medidas, como venda de estatais, adotar uma reforma da Previdênci­a para servidores estaduais nos moldes das regras atuais do funcionali­smo federal e redução de 20% dos benefícios fiscais em três anos.

Entes em situação menos grave poderão optar pelo Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal. O programa libera que esses estados captem empréstimo­s com garantia da União, desde que façam ajuste fiscal.

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Edilson Rodrigues - 5.mai.15/Agência Senado O presidente do Banco do Brasil, André Brandão

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