Fornecedora estuda trazer da Venezuela produto que falta na capital do AM
O governo do Amazonas afirmou que está com uma demanda por oxigênio quase três vezes superior ao que seus fornecedores são capazes de entregar para abastecer as unidades de saúde da rede estadual.
As empresas aumentaram a produção ao limite e buscam soluções de importação do insumo. A White Martins, principal fornecedora de oxigênio para o governo do Amazonas, informou que atua para viabilizar a importação do produto da Venezuela para suprir a alta demanda.
O país vizinho, que vive uma grave crise humanitária, seria uma das opções mais viáveis para a importação pela proximidade geográfica e pela disponibilidade do insumo.
A explosão de novos casos da Covid-19 fez com que a demanda por oxigênio chegasse a 76 mil metros cúbicos diários.
Por outro lado, a produção diária de White Martins, Carbox e Nitron, que são as três fornecedoras do insumo para o governo, é 28,2 mil m³por dia.
Na tarde desta quinta, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, apresentou notificação para requisitar “eventual estoque ou produção de oxigênio” de 11 empresas, entre elas a Yamaha Motor e a Electrolux do Brasi.
Segundo o documento, se houver desobediência, “fica autorizado o imediato uso de força policial, além de outras medidas coercitivas e restrições de direito juridicamente admitidas”.
Para tentar suprir a demanda extra, o governo federal tem buscado o insumo em outros estados. Na quarta (13), o Amazonas recebeu 22 mil m³ de oxigênio transportados pela Força Aérea Brasileira.
O estado já havia recebido uma remessa de 50 mil m³, vinda de Belém por via fluvial, na segunda (11). A quantidade, contudo, foi insuficiente para atender a demanda.
Em nota, a White Martins informou que tem mobilizado todos os esforços para suprir a demanda exponencial de oxigênio, que já aumentou cinco vezes nos últimos 15 dias.
A empresa tem capacidade de produção de 25 mil m³ por dia e está operando no limite de sua capacidade. Toda a produção de oxigênio da unidade foi destinada ao segmento hospitalar.
A White Martins também fez um requerimento à Anvisa para que a agência autorize a flexibilização temporária, em caráter excepcional, do percentual mínimo de pureza do oxigênio medicinal produzido no Amazonas.
A porcentagem mínima seria alterada para 95%. Esta flexibilização poderá aumentar a capacidade produtiva da planta de Manaus em aproximadamente 2.000 m³ diários.
Na quarta-feira (13), Manaus bateu um novo recorde negativo: foram 2.221 novas hospitalizações só nos 12 primeiros dias de janeiro. O número é maior do que o total de internações registradas em todo o mês de abril, primeiro pico da pandemia no Amazonas.
O governo estadual decretou toque de recolher entre 19h e 6h, exceto a pessoas ligadas a atividades essenciais (saúde, segurança e imprensa) como tentativa de diminuir a circulação e infecção de pessoas.