Bolsonaristas convocam caravanas a favor de Lira e do voto impresso
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inicialmente unidos para levantar bandeiras de direita e a favor do voto impresso decidiram ampliar apauta de reivindicações e agora pedem a eleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara.
Espalhados pelo Brasil, diversos integrantes de movimentos de direita se preparam para fazer caravanas em direção a Brasília no dia 1º de fevereiro para apoiar o candidato deBol sonar o ejá tentar sensibilizá-lo para que discuta o sistema eleitoral.
Apontado como organizador dos atos, o pastor evangélico Marlan Gustavo diz que há caravanas de 25 cidades programadas parairàcapitalf eder alna datada eleição no Congresso. A previsão deleéqu em ais de 2.000 pessoas viajem a Brasília. Os atos, afirma, são “pacíficos e superpatrióticos”.
“Agente quera eleição do Lira porque nãoéop residente da Câmara que pauta os assuntos? Então, não adianta nada o Brasil querer o voto impresso eter um presidente que não paute o assunto. E agente tem só um ano para isso”, diz Marlan, que é coordenador do movimento Deus, Pátria e Família.
Segundo ele, o deputado do PP já semostrou simpático ao voto impresso .“Agente quero Lira porque ele já falou do voto impresso, saiu na frente, agente gosta dele .”
Em declarações públicas, Lira disse que pautaria o assunto caso houvesse manifestação da maioria dos líderes da Câmara, mas afirmou confiar no sistema atual, que evitaria fraudes.
Apesar disso, Liraéa favor de que a Justiça Eleitoral faça um piloto em um local específico para avaliar as vantagens e desvantagens de um novo sistema.
O movimento que apoia o parlamentar defende que o futuro presidente da Câmara paute uma PEC (proposta de emenda à Constituição) apresentada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) sobre o tema.
“Agente entende com tudo que aconteceu no Brasil que precisamos ter um voto impresso. Está tudo muito solto. Nosso sistema eleitoral está na nuvem, você não tem nenhum tipo de comprovante.”
Para Marlan, não há problema que o deputado seja líder de um grupo de partidos que já foi criticado pelo próprio Bolsonaro sob o argumento de ser adepto a fisiologismos e políticas de toma lád acá .“Oqueé centrão? Oqueé esquerda? O que é direita? Tá tudo misturado, uma confusão maluca”, afirma o pastor.
Na avaliação de Marlan, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “paralisou o país”.
Já Lira é “simpático a Bolsonaro” enquanto o outro candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), teria se comprometido a abrir processos de impeachment contra o chefe do Executivo, o que o emedebista já negou publicamente.
Ogrupoé om esmoque organizou um atoem 6 de dezembro a favor do voto impresso. K ici se o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) participaram do protesto, que reuniu cerca de 100 pessoas na Esplanada dos Ministérios.
Marlan assegura, porém, que as viagens não são bancadas por parlamentares eque a organização do movimento é dele junto a apoiadores pelo país. Embora seja pastor, ele preferiu não revelar a qual igreja está vinculado.
Panfletos que têm circulado em grupos de redes sociais convocam para viagens no dia 31 de janeiro com volta programada no dia 2. Os valores das caravanas variam de R $200 aR $380.
Semelhantes, alguns flyers têm frases como “O dia mais importante para o Brasil. 1º de fevereiro vamos exigir Arthur Lira para presidente da Câmara dos Deputados”. Em outros está escrito “O dia mais importante para o Brasil. 1º de fevereiro vamos exigir nossa vontade na votação para presidente da Câmara dos Deputados”.
Apesar de os grupos concordarem coma eleição de Lira na Câmara, o mesmo não ocorre coma disputa no Senado.
“Para senador estamos indefinidos. Aqui em Minas a gente não gosta do [Rodrigo] Pacheco (DEM-MG) [candidato apoiado por Bolsonaro]”, diz José Antônio, que organiza o movimento em Belo Horizonte.
Alguns panfletos contêm o nome de partidos, como o Republicanos. Um deles se refere ao Rio de Janeiro. O organizador das caravanas cariocas, Joel Machado, nega que o ato tenha relação coma direção da sigla.
A caravana do Rio Grande do Sul também é organizada pelo movimento Deus, Pátria e Família. O ativista Marcelo Buhler, organizador da caravana, disse que o movimento é espontâneo e não tem o financiamento de políticos.
“Nenhuma caravana é bancada por nenhum político. Nós acreditamos que, mostrando para os deputados e senadores que estamos ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em um número importante de manifestantes, talvez consigamos virar dois, três ou quatro votos”, disse.