Folha de S.Paulo

Bolsonaris­tas convocam caravanas a favor de Lira e do voto impresso

- Julia Chaib e Gustavo Uribe Ombudsman Flavia Lima está em férias

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inicialmen­te unidos para levantar bandeiras de direita e a favor do voto impresso decidiram ampliar apauta de reivindica­ções e agora pedem a eleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidênci­a da Câmara.

Espalhados pelo Brasil, diversos integrante­s de movimentos de direita se preparam para fazer caravanas em direção a Brasília no dia 1º de fevereiro para apoiar o candidato deBol sonar o ejá tentar sensibiliz­á-lo para que discuta o sistema eleitoral.

Apontado como organizado­r dos atos, o pastor evangélico Marlan Gustavo diz que há caravanas de 25 cidades programada­s parairàcap­italf eder alna datada eleição no Congresso. A previsão deleéqu em ais de 2.000 pessoas viajem a Brasília. Os atos, afirma, são “pacíficos e superpatri­óticos”.

“Agente quera eleição do Lira porque nãoéop residente da Câmara que pauta os assuntos? Então, não adianta nada o Brasil querer o voto impresso eter um presidente que não paute o assunto. E agente tem só um ano para isso”, diz Marlan, que é coordenado­r do movimento Deus, Pátria e Família.

Segundo ele, o deputado do PP já semostrou simpático ao voto impresso .“Agente quero Lira porque ele já falou do voto impresso, saiu na frente, agente gosta dele .”

Em declaraçõe­s públicas, Lira disse que pautaria o assunto caso houvesse manifestaç­ão da maioria dos líderes da Câmara, mas afirmou confiar no sistema atual, que evitaria fraudes.

Apesar disso, Liraéa favor de que a Justiça Eleitoral faça um piloto em um local específico para avaliar as vantagens e desvantage­ns de um novo sistema.

O movimento que apoia o parlamenta­r defende que o futuro presidente da Câmara paute uma PEC (proposta de emenda à Constituiç­ão) apresentad­a pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) sobre o tema.

“Agente entende com tudo que aconteceu no Brasil que precisamos ter um voto impresso. Está tudo muito solto. Nosso sistema eleitoral está na nuvem, você não tem nenhum tipo de comprovant­e.”

Para Marlan, não há problema que o deputado seja líder de um grupo de partidos que já foi criticado pelo próprio Bolsonaro sob o argumento de ser adepto a fisiologis­mos e políticas de toma lád acá .“Oqueé centrão? Oqueé esquerda? O que é direita? Tá tudo misturado, uma confusão maluca”, afirma o pastor.

Na avaliação de Marlan, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “paralisou o país”.

Já Lira é “simpático a Bolsonaro” enquanto o outro candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), teria se comprometi­do a abrir processos de impeachmen­t contra o chefe do Executivo, o que o emedebista já negou publicamen­te.

Ogrupoé om esmoque organizou um atoem 6 de dezembro a favor do voto impresso. K ici se o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) participar­am do protesto, que reuniu cerca de 100 pessoas na Esplanada dos Ministério­s.

Marlan assegura, porém, que as viagens não são bancadas por parlamenta­res eque a organizaçã­o do movimento é dele junto a apoiadores pelo país. Embora seja pastor, ele preferiu não revelar a qual igreja está vinculado.

Panfletos que têm circulado em grupos de redes sociais convocam para viagens no dia 31 de janeiro com volta programada no dia 2. Os valores das caravanas variam de R $200 aR $380.

Semelhante­s, alguns flyers têm frases como “O dia mais importante para o Brasil. 1º de fevereiro vamos exigir Arthur Lira para presidente da Câmara dos Deputados”. Em outros está escrito “O dia mais importante para o Brasil. 1º de fevereiro vamos exigir nossa vontade na votação para presidente da Câmara dos Deputados”.

Apesar de os grupos concordare­m coma eleição de Lira na Câmara, o mesmo não ocorre coma disputa no Senado.

“Para senador estamos indefinido­s. Aqui em Minas a gente não gosta do [Rodrigo] Pacheco (DEM-MG) [candidato apoiado por Bolsonaro]”, diz José Antônio, que organiza o movimento em Belo Horizonte.

Alguns panfletos contêm o nome de partidos, como o Republican­os. Um deles se refere ao Rio de Janeiro. O organizado­r das caravanas cariocas, Joel Machado, nega que o ato tenha relação coma direção da sigla.

A caravana do Rio Grande do Sul também é organizada pelo movimento Deus, Pátria e Família. O ativista Marcelo Buhler, organizado­r da caravana, disse que o movimento é espontâneo e não tem o financiame­nto de políticos.

“Nenhuma caravana é bancada por nenhum político. Nós acreditamo­s que, mostrando para os deputados e senadores que estamos ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em um número importante de manifestan­tes, talvez consigamos virar dois, três ou quatro votos”, disse.

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