Entenda o depoimento em quatro pontos
ATAQUES DE BOLSONARO ÀS VACINAS
Logo no início da sabatina, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) citou uma série de declarações de Bolsonaro contrárias às vacinas, em especial à Coronavac, segundo as quais a imunização não seria obrigatória em seu governo. O presidente da Anvisa respondeu a Renan que essas falas de Bolsonaro iam contra tudo o preconizado pela agência. “Todo o texto que vossa excelência leu e trouxe à memória agora vai contra tudo o que nós temos preconizado em todas as manifestações públicas, pelo menos aquelas que eu tenho feito e aquelas de que eu tenho conhecimento, que os diretores, gerentes e funcionários da Anvisa têm feito”, afirmou
ATAQUES DE BOLSONARO AO ISOLAMENTO SOCIAL
Barra Torres acrescentou que, mesmo com a imunização, as pessoas não devem abrir mão de uso de máscaras e álcool em gel, além de seguir respeitando o isolamento social.
Além das vacinas, Bolsonaro também se manifesta constantemente contra essas medidas.
“Eu penso que a população não deve se orientar por condutas dessa maneira.
Ela deve se orientar por aquilo que está sendo preconizado, principalmente pelos órgãos que têm linha de frente no enfrentamento da doença”
MANIFESTAÇÃO EM BRASÍLIA
Barra Torres também foi questionado sobre sua participação em uma manifestação política em Brasília, em 15 de março de 2020, com aglomeração de pessoas em frente ao Palácio do Planalto. O diretor-presidente da Anvisa explicou que foi naquele dia ao local apenas para um encontro com o presidente, que depois decidiu ir aproximar dos apoiadores. O militar disse se arrepender do episódio.
“É óbvio que em termos da imagem que isso passa, hoje tenho plena ciência de que, se pensasse mais cinco minutos, eu não teria
feito, até porque esse assunto não era nenhum assunto que necessitasse de uma urgência para ser tratado”, afirmou
HIDROXICLOROQUINA
Barra Torres confirmou que houve uma reunião no Planalto em que se discutiu a publicação de decreto presidencial para alterar a bula da hidroxicloroquina, para que pudesse ser usada contra a Covid. O presidente da Anvisa ainda disse desconhecer de quem seria a autoria do documento —ao qual ele se opôs— mas indicou que a médica Nise Yamaguchi, próxima de Bolsonaro, parecia estar “mobilizada” em seu favor. “A minha posição sobre o tratamento precoce da doença não contempla essa medicação [hidroxicloroquina], por exemplo (...)”, disse