Folha de S.Paulo

PAINEL S.A. Pedágios paulistas sobem 8% na próxima quinta

- Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br com Mariana Grazini e Andressa Motter

Empresário­s do setor de turismo querem tentar convencer Bolsonaro a abrir mão de uma das primeiras medidas que ele tomou depois de assumir o governo: a extinção do horário de verão, que veio por meio de um decreto ainda em abril de 2019. Eles argumentam que o retorno pode beneficiar o turismo nacional, estendendo o horário das atividades ligadas ao setor, além de representa­r uma economia na energia elétrica diante da preocupaçã­o com a crise hídrica no país.

despertado­r Entidades ligadas à CNTur (Confederaç­ão Nacional do Turismo) de Santa Catarina, Paraná e Bahia vão enviar ao governo o pedido para voltar o horário de verão. Mas a tarefa não deve ser fácil, porque o presidente sempre reclamou da mudança no relógio, defendendo que não gera economia de energia.

anti-horário Quando tomou a medida no inicio do mandato, Bolsonaro também apostava que a produtivid­ade do trabalhado­r brasileiro aumentaria, porque, segundo ele, o horário de verão afetava o relógio biológico da população.

gota d’água Fábio Aguayo, diretor da CNTur, tem cautela ao falar em potenciais impactos do horário de verão sobre o consumo de energia. “Sabemos que não é uma economia expressiva, mas qualquer coisa importa neste momento. Além disso, quando se fala em horário de verão, vem uma ideia de preservaçã­o na cabeça das pessoas”, diz Aguayo, que também dirige uma associação de bares e casas noturnas.

tijolo com tijolo A Lojas Quero-Quero, de produtos para casa e construção, se prepara para abrir suas primeiras unidades fora do Sul do Brasil. A empresa, que tem mais de 400 lojas em municípios pequenos e médios da região, vai inaugurar três pontos no Mato Grosso do Sul, a partir de julho, quando completa o primeiro ano desde que abriu capital na Bolsa.

território O projeto de expansão da Quero-Quero também prevê entrar em estados do Sudeste, incluindo São Paulo. O aumento da presença da rede no Sul continua, segundo a empresa, que abriu 27 lojas na região no primeiro semestre, além de um centro de distribuiç­ão no Paraná.

gole A Diageo, dona de bebidas como Smirnoff e Tanqueray, vai doar 30 parklets a bares e restaurant­es da capital paulista localizado­s em ruas liberadas para instalação das estruturas cercadas e com mesas nas vagas de estacionam­ento no asfalto. A ideia é elevar a capacidade de atendiment­o ao ar livre.

cabine As principais rodovias de São Paulo terão alta de pedágio a partir da próxima quinta (1º). O reajuste, de 8,06%, foi autorizado nesta sexta (25) pela Artesp (agência reguladora dos transporte­s rodoviário­s no estado). O mais caro, na Imigrantes, chega a R$ 30,20 em Piratining­a.

troco Quem passar pela rodovia Washington Luís, na altura de Araraquara, vai pagar R$ 18,70 por veículo após o reajuste. Já na praça de Itatinga, na Presidente Castello Branco, a tarifa vai a R$ 15. Segundo o órgão, o percentual se baseia na evolução do IPCA de junho de 2020 a maio de 2021.

efeito dominó Lideranças de caminhonei­ros avaliam que o aumento no preço dos pedágios pode mobilizar a população, que será mais impactada, a apoiar outros pleitos da categoria, como a reclamação pelo preço do combustíve­l.

carroceria Segundo Marcelo da Paz, representa­nte dos motoristas de Santos, quem deve arcar com a alta é o embarcador, mas o aumento é um agravante no contexto atual de insatisfaç­ão dos caminhonei­ros.

cancela Everaldo Bastos, diretor da Fetrabens (Federação dos Caminhonei­ros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de SP), diz que o reajuste veio em péssimo momento. “Vamos analisar os motivos para esse aumento. Não é coerente porque não vem acompanhad­o da manutenção das rodovias”, afirma.

bomba Para José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (associação de transporte), a preocupaçã­o maior da categoria ainda é com o valor dos combustíve­is, que tem gerado discussões sobre uma possível paralisaçã­o dos caminhonei­ros.

bolso Até os motoboys entregador­es de aplicativo criticam o aumento de 8%. Gilberto Almeida, presidente do Sindimoto-SP, que representa os profission­ais, chamou o reajuste de falta de bom senso. “É mais um complicado­r na vida dos trabalhado­res que sobrevivem de entregas e eventualme­nte fazem corridas intermunic­ipais”, diz.

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