Folha de S.Paulo

Entenda principais pontos da reforma

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1 Revogação da legislação eleitoral

Oqueé

Projeto de lei complement­ar debatido por um grupo de parlamenta­res e relatado pela deputada Margarete Coelho (PP-PI), uma das principais aliadas de Lira

Estágio de tramitação

Texto está pronto para ser votado no plenário da Câmara

Próximos passos

Caso seja aprovado, segue para votação no Senado. Para valer nas eleições de 2022, tem que estar aprovado e sancionado pelo presidente da República até o início de outubro, a um ano da disputa

Alguns dos principais pontos

PESQUISAS ELEITORAIS

Como é hoje

Podem ser divulgadas inclusive no dia da eleição

Como ficaria

Só podem ser divulgadas até a antevésper­a da eleição. Além disso, é preciso publicar um percentual de acertos das pesquisas feitas nas últimas cinco eleições

COTAS DE GÊNERO E RACIAL

Como é hoje

Partidos precisam distribuir as verbas públicas de campanha proporcion­almente aos candidatos homens e mulheres, negros e brancos

Como ficaria

Mulheres poderão usar cota em benefício de candidatos; não há menção a cota racial

FUNDO PARTIDÁRIO

Como é hoje

Lei estabelece restrição ao uso do cerca de R$ 1 bilhão distribuíd­o anualmente às siglas

Como ficaria

Partidos têm ampla autonomia para usar a verba de acordo com suas conveniênc­ias

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Como é hoje

J ustiça analisa a prestação de contas de partidos e candidatos, aplicando punições e determinan­do devolução de recursos em casos de irregulari­dades. Prazo para análise das contas partidária­s é de até cinco anos

Como ficaria

A análise deverá se restringir ao cumpriment­o de regras burocrátic­as. Sistema de prestação de contas é desmantela­do. O prazo para análise cai de 5 para 2 anos, o que eleva a chance de prescrição. A multa por desaprovaç­ão das contas partidária­s não poderá ultrapassa­r o valor de R$ 30 mil. Devolução de verbas só ocorrerá em caso de gravidade

CASSAÇÃO DE MANDATOS

Como é hoje

Políticos podem perder os mandatos caso sejam condenados por crimes como o de compra de voto

Como ficaria

Para que haja cassação, terá que ser provado que o candidato usou de algum meio violento para coagir o eleitor

CRIMES ELEITORAIS

Como é hoje

Transporte irregular de eleitores, boca de urna e comício no dia da eleição são crimes

Como ficaria

Passam a ser apenas infração cível, punida com multa

RESOLUÇÕES DO TSE

Como é hoje

Tribunal pode editar resoluções sobre as eleições e responder a consultas dos partidos a qualquer tempo

Como ficaria

Para valer nas eleições, essas resoluções terão que ser emitidas com antecedênc­ia mínima de um ano. O Congresso passa também a ter o poder de cassar resoluções do TSE

CAIXA DOIS ELEITORAL

Como é hoje

Não há tipificaçã­o específica para o crime de movimentar recursos de campanha sem informar à Justiça

Como ficaria

Passa a ser crime específico, com pena máxima passível de acordo de não persecução penal

2 Alterações nas regras eleitorais previstas na constituiç­ão

Oqueé

Proposta de emenda à Constituiç­ão relatada pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP)

Estágio de tramitação

Texto está pronto para ser votado na comissão especial da Câmara

Próximos passos

Caso seja aprovado, segue para votação no plenário, onde precisa do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Para valer em 2022, tem que passar ainda pelo Senado e ser promulgado até o início de outubro

Alguns dos principais pontos

SISTEMA DE ELEIÇÃO DE DEPUTADOS (FEDERAL E ESTADUAL) E VEREADORES

Como é hoje

Vigora o sistema proporcion­al: os eleitos são definidos por meio de um cálculo que leva em conta todos os votos dados ao partido (voto na legenda) e aos seus candidatos

Como ficaria

Muda para o distritão: são eleitos os mais votados. Os votos dados aos não eleitos são descartado­s. Só participar­iam da distribuiç­ão partidos que tenham obtido desempenho mínimo (ao menos 30% do resultado da divisão entre o total dos votos válidos e o número de cadeiras em disputa). Sistema migraria depois para o distritão misto (mescla do proporcion­al com o distritão)

FUNDO PARTIDÁRIO

Como é hoje

É distribuíd­o aos partidos proporcion­almente ao desempenho que eles tiveram na eleição para a Câmara dos Deputados

Como ficaria

Votos dadas a candidatas valerão em dobro para a definição da distribuiç­ão

POSSE DOS ELEITOS

Como é hoje

1º de janeiro do ano subsequent­e à eleição

Como ficaria

5 de janeiro (presidente) e 6 de janeiro (governador­es e prefeitos)

RESOLUÇÕES DO TSE

Como é hoje

Tribunal pode editar resoluções sobre as eleições no ano da disputa

Como ficaria

Para valer nas eleições, essas resoluções terão que ser emitidas com antecedênc­ia mínima de um ano

3 Voto impresso

Oqueé

Proposta de emenda à Constituiç­ão relatada pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR)

Estágio de tramitação

Texto está pronto para ser votado na comissão especial da Câmara

Próximos passos

Caso seja aprovado, segue para votação no plenário, onde precisa do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Para valer nas eleições de 2022, tem que passar ainda pelo Senado e ser promulgado até o início de outubro, a um ano da disputa

Principal ponto

Impressão do voto dado pelo eleitor na urna eletrônica. O projeto obriga a expedição de cédulas físicas conferívei­s pelo eleitor, que seriam depositada­s em uma urna, de forma automática e sem contato manual

4 Minirrefor­ma eleitoral do senado

Oqueé

Projetos sobre temas eleitorais, já aprovados pelo Senado

Estágio de tramitação

Aguardam votação pela Câmara

Próximos passos Caso sejam aprovados pelos deputados sem alteração, vão à sanção presidenci­al. Caso sejam alterados, voltam para análise do Senado. Para valer nas eleições de 2022, têm que estar sancionado­s até o início de outubro

Alguns dos principais pontos

COTAS DE GÊNERO E RAÇA

Como é hoje

Partidos precisam distribuir as verbas públicas de campanha proporcion­almente aos candidatos homens e mulheres, negros e brancos

Como ficaria

Anistia todos os partidos que não cumpriram as cotas de gênero e racial nas eleições realizadas até agora

COTA DE CANDIDATUR­AS FEMININAS

Como é hoje

Partidos precisam lançar ao menos 30% de candidatas

Como ficaria

Estabelece cota de cadeiras femininas nos Legislativ­os (18% em 2022, chegando a 30% em 2038), mas retira a exigência de que os partidos lancem ao menos 30% de candidatas

PARTIDOS NANICOS

Como é hoje

Mesmo que não atinjam um patamar mínimo de votos (quociente eleitoral), eles podem participar da disputa das chamadas sobras, que são as cadeiras residuais no Legislativ­o não ocupadas na primeira distribuiç­ão

Como ficaria

Só participar­ão da disputa das sobras caso atinjam o quociente eleitoral (número de votos válidos dividido pelo número de cadeiras)

5 Fundo eleitoral

Oqueé

Previsão de gasto de dinheiro público na campanha de 2022, inserida na Lei de Diretrizes Orçamentár­ias

Estágio de tramitação

Aguarda sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro

Próximos passos Independen­temente da decisão de Bolsonaro agora, valor final só será definido na discussão pelo Congresso do Orçamento 2022, a partir de setembro

Principal ponto

Deputados e senadores aprovaram a LDO com dispositiv­o que quase triplica o valor do Fundo Eleitoral para as eleições de 2022, indo para R$ 5,7 bilhões. O fundo é a principal fonte de financiame­nto dos candidatos. Há tentativa de acordo para que o valor fique em torno de R$ 4 bilhões

5 Semipresid­encialismo

Oqueé

Texto ainda indefinido

Estágio de tramitação

Nova proposta de emenda à Constituiç­ão pode ser apresentad­a ou pode ser usado texto já protocolad­o no ano passado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP)

Próximos passos

Medida precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado em dois turnos de votação em cada Casa, com o apoio de ao menos 60% dos parlamenta­res

Principal ponto

Espécie de parlamenta­rismo, mas com a manutenção de mais poder na mão do presidente. O presidente eleito pelo voto direto, é o chefe de Estado, comandante Supremo das Forças Armadas e tem o poder de dissolver o Congresso em casos extremos, convocando novas eleições, entre outras funções. Ele é responsáve­l por indicar o primeiro-ministro, que é quem governará, de fato, juntamente com o Conselho de Ministros. O gabinete cai e é substituíd­o caso perca apoio no Congresso. O modelo é defendido pelo ministro do STF Gilmar Mendes e pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PPAL), manifestou inclinação favorável à medida, para valer a partir de 2026. Oposição no Congresso é contra

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Pablo Valadares - 20.abr.21/Divulgação Câmara Margarete Coelho e Arthur Lira conversam na Câmara
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